sexta-feira, 22 de maio de 2015

Uma festa para guardar na caixa da memória

Esse é o nosso sarau, escrito com as tintas da paixão. A cada edição, o que nos credencia é, antes de qualquer coisa, a condição de apaixonados pela música e pela poesia que brota desse encontro, como um novo ramo na velha árvore que sabe, como ninguém, produzir bons frutos. Aqui, cada um de nós é um Monet que sabe enxergar, com os olhos do artista,  uma paisagem diferente a cada mudança de luz;  uma verdadeira declaração de amor ao universo da arte, capaz de despertar os mais insondáveis desejos, como alguém que aprecia uma iguaria que seduz, que encanta e, sobretudo, que faz sonhar.
Bon appétit à tous!    Carlos Roberto Furlan
Sarau Literário Piracicabano de 19 de Maio partilha as suas publicações
Sarau Literário Piracicabano partilha as raízes da nossa cultura nas artes... 
                               DEIXA ISSO PRA LÁ_ (Mari Sbravatti Fantazia)
"Deixa isso pra lá,
vem pra cá,    
o que é que tem".
Deixa o sol brilhar.
A pele bronzear.
Deixa o disco tocar.
Até furar.
Deixa a vizinha falar.
Bota a saia pra encurtar.
E um batom.
O que é que tem?
Deixa o telefone tocar.
Mas não para de me beijar.
Daqui a pouquinho.
O que é que tem?
Deixa a louça pra lavar.
Vem brincar.
Dançar, cantar.
O que é que tem?
Só não deixa a vida passar.
Sem saber o que é que tem.
Ela me espia
Sorrateira sorri
Me abduz ao sonho
E embora os místicos insistam
Que traz má sorte
Eu me envolvo
E flutuo no delírio noturno
Da solidão dos poetas
Que não dormem
Mas devaneiam nas palavras...
                                      Carmen Pilotto e uma linda lua de maio
'Parábola de un jardín"'_ Ângela Reyes
 Planté en mi vientre fértil un jardín.
Los átomos de mis genes le dieron vida que,
A su vez multiplicase mas vidas.
Abonado con amor y ternura, regado con el agua
De la fuente de mi propia vida.
Creció sano y bello en su diversidad.
El tiempo no paró, mi jardín tiene ahora;
Cuatro generaciones.
He acumulado mucha juventud y estoy envejeciendo.
Mi mayor felicidad consiste  en:
Sentir su paz y el arrullo de sus hojas y flores,
Oxigenándome.
Ruego a dios que al final de mi historia,
Mi última mirada, mi último verso;
Sean para mi jardín.
Amantes eternos amantes_ Ana Marly de Oliveira Jacobino
 Desnuda, procuro a luz carregada
de esperança, reflexo vibrante da alegria
vez, ou,outra, calma, tudo se assossega,
feito marolas frigidas e escorregadias
num oceano despudorado, volátil, viril
a espera do vento gélido do ártico
bater nas suas costas largas, quentes!
Ali à frente imobilizada pelo seu olhar
Vejo o céu beijando seus lábios úmidos,
num infinito poetar misturando seu ventre
nos seios da espuma virginal do mar.
Ouço Netuno vociferar nas tempestades
me chamando _numa quase hipnose_
para deitar-me em seu leito calçado
por corais e estrelas do mar!
Sensual sua voz ressoa na concha
espremida pelos seios das noite! 
Debruço-me sobre ele para envolvê-lo
nos meus braços enluarados em mística
união entre os céus e a terra!

2 comentários:

  1. Mais um lindo sarau por aí! Deve ter sido bem legal com tudo isso que vi! bjs, tuuuuuuudo de bom,chica

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  2. De fato Chica foi muito especial este sarau em homenagem ao Jair Rodrigues, você acredita que teve até duas apresentações de música para o Festival do Curso de Música da UNIMEP e os participantes escolheram uma delas... a volta do tempo... festivais... CaipiracicabANA

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