quinta-feira, 12 de março de 2015

Jacques Prévert o poeta do povo francês

"A terra comprimida por debaixo dos pés vomitavam as verdades e mentiras carregadas pelos passos, determinando a personalidade daquele homem!"Ana Marly De Oliveira Jacobino

O poeta francês Jacques Prévert (1900- 11 de Março de 1977) é daqueles que são absoluto sucesso de público mas enfrentam o nariz torcido da crítica, que o acusa de não ter sofisticação. Também letrista de canções populares, ele é talvez o poeta de seu país mais conhecido no século 20. Em certo sentido, Prévert é um Vinícius francês.
A contradição que Prévert representa é clara: durante o século 20, a poesia se tornou uma coisa cada vez mais difícil, mais distante do cidadão comum. Normal, mas real. Nadando contra a corrente, Prévert conquistou foros de poeta popular, largamente admirado na França e fora dela.
O gato e o pássaro(Le chat et l'oiseau)

Uma cidade escuta desolada
O canto de um pássaro ferido
É o único pássaro da cidade
E foi o único gato da cidade
Que o devorou pela metade
E o pássaro deixa de cantar
E o gato deixa de ronronar
E de lamber o focinho
E a cidade prepara para o pássaro
Funerais maravilhosos
E o gato que foi convidado
Segue o caixãozinho de palha
Em que deitado está o pássaro morto
Levado por uma menina
Que não pára de chorar
Se soubesse que você ia sofrer tanto
Lhe diz o gato
Teria comido ele todinho
E depois teria te dito
Que tinha visto ele voar
Voar até o fim do mundo
Lá onde o longe é tão longe
Que de lá não se volta mais
Você teria sofrido menos
Só tristeza e saudades
É preciso nunca fazer as coisas pela metade.
Jacques Prévert (falecido em 11 de Março)
Sarau Literario Piracicabano em 17 de Março na terça-feira as 19 h 30 noMuseu Prudente de Moraes
Homenagem para o Curso de Letras da Unimep (coordenadora Josiane Maria de Souza) e Elis Regina
Exposição dos Poemas com a ilustração artística de Carmelina Toledo Piza
Entrada gratuita
Técnica e emoção rasgando os poros qualificam Elis Regina em grandeza! Na ponta da língua a leitura e a escrita dialogam junto ao Curso de Letras da Unimep nesta espera pelas águas de março num sarau!

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