quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Salve o Esporte Clube XV de Novembro...

Um pouco das saudades guardadas dentro do peito... Ana Marly de Oliveira Jacobino

Salve o Esporte Clube XV de Novembro por Ana Marly De Oliveira Jacobino

Emoção pura emoção é torcer pelo time de futebol que você aprecia. Aprendi a gostar do Esporte Clube XV de Novembro, indo ao Barão de Serra Negra com meu pai, Celso de Oliveira. Lembranças “gostosas”, eu tenho das partidas, no ir e vir dos vendedores de amendoim, cachorro quente, pipoca, sorvete e, tantas outras guloseimas inesquecíveis para o estômago de uma criança!
               Eu me lembro de meu pai levar os meus primos ao estádio, cada partida era uma “trelinha”, que o acompanhava (formava os torcedores desde a infância). A minha mãe preparava uma sacola de merenda para acalmar a fome insaciável da meninada. Aos meus olhos o “Barãoboneira” todo iluminado, parecia um disco voador, a saída dos vestiários eram grandes bocas a regurgitar os jogadores para o gramado. Torcer, torcer e torcer..., nunca abandonar o time nem mesmo em tempos difíceis. Torcer na mais perfeita segurança, ah!, palavrões eram ditos, os benditos, quase sempre para a mãe do juiz (santa mãe, tão mal falada nos lances controvertidos), mas, perto do que, se ouve hoje em dia nos campos de futebol, pareciam água com açúcar em boca de neném.
            Já adulta, ainda acompanhava meu pai para assistir ao Quinzão, de quebra levava o meu filho e seus primos. Passei a preparar a merenda. Meu pai recomendava no dia anterior à partida: “Não esqueça do embornal de lanche!”. Ele sabia que a fome devorava as entranhas de cada torcedor mirim. Para cada uma das crianças ele dava uma bandeira do Quinze para balançar a cada gol feito! Nas derrotas as bandeiras enroladas vinham embaixo do braço, nas vitórias eram desfraldadas durante o percurso até a casa de cada um!
           No campo aprendi a gostar do nosso sotaque “caipiracicabano”, cantando o Hino Caipira do Nhô Quim:


Cáxara de forfe
Cúspere de grilo
Bícaro de pato
GOOORRRR!!!!
XV ! Cra, cra, cra!
XV! Cra, cra, cra!
Ásara de barata
Nhéque de portêra
Já que ta que fique
GOOORRRR!!!!
XV! Cra, cra, cra!
XV! Cra, cra, cra!...


            Meu pai, já bem velhinho e adoentado pôde acompanhar junto comigo, meu filho, e seus sobrinhos, vestindo a camisa zebrada, ver o Nhô Quim subir como rojão da Terceira, para a Segunda, e, para a Primeira Divisão do Futebol Paulista! Hoje, a cada partida do Quinze de Novembro, eu me recordo da fala confiante do meu pai, mesmo naqueles momentos de derrota da equipe:
            “Não se preocupe perder faz parte do jogo, mas, um dia ele vai ganhar!”


Meu querido e saudoso Pai, o Celsinho.

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