terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Náufrago...

Para os Amigos - Leitores da Agenda Cultural Piracicabana entrego um poema para refletir sobre o ano que se finda.

"Chegando ao porto a nau prepara para jogar a âncora e desembarcar as pessoas que chegaram ao final da viagem! 

Naufrago_ Ana Marly De Oliveira Jacobino

#E lá vai a nau oca das mil futilidades
invenção maldita dos erros e vícios, 
descompassados num remar mortal.

#Mãe Terra volta seu rosto ao gênesis
fecunda explosão criativa, germinada,
nas idas e vindas existenciais do nada!

#Vive n’alma angustia esfomeada, cruel
num naufrágio dos pedaços dos corpos
partidos numa fuga a escuridão abissal!

#Parte do meu “Eu” temendo a solitude,
imensurável nos seus vícios e virtudes
espalha a outra parte livre das maldades!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Natal uma data poética...

Boa manhã de mais um Santo Natal.O nascimento gera a evolução em quem esta no convivio com o recém nascido.Feliz "Renascer" para todos os Amigos do Agenda Cultural Piracicabana .Ana Marly De Oliveira Jacobino


Modernidades natalinas...Ana Marly De Oliveira Jacobino
Num pensar fustigado pelos passos
maliciosos do tempo
carrego a imaginação num enovelar
marcado por uma música natalina.
Passos escorrem nas calçadas
Numa pressa latejante... para quem
não quer ouvir o barulho na enxurrada
de vícios e virtudes de quem passa!
Único dia para celebrar a bondade
intercalando-a ao som dos sinos
das igrejas nas mãos do sineiro
esquecido no papel amarelado
de um cartão de natal.
No ir e vir do carteiro caixas lacradas
trazem as compras feitas pela internet,
nenhum cartão natalino chega por suas mãos
conservo ainda a mania de enviar cartões
debruço para pensar nas palavras postas
sobre as linhas imaginárias de um cartão
que leva o logotipo da marca de quem o fez.
Teimosos pensam como eu!
Dingdong o som da campainha assusta
lá vou eu levar um dos envelopes, contendo
uma pequena gratificação para um, dois
ou mais, ajudantes do Noel, aqueles que
limpam e organizam a sujeira de toda
uma população ainda inconsciente
do seu viver junto a humanidade!
O Espírito do Natal ainda não nasceu
para muitos dos humanos!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Leitura fonte da abertura da consciência...

Esse é o nosso Sarau, querida Ana Marly: sabe fazer o seu cativeiro nos braços da música e da poesia e fala de amor com cantos de beleza, com tanta sensibilidade que capta a alma humana. E segue, sempre, navegando pelo rio do tempo, sem cessar, aprendendo com ele, não o amor ao poder, mas sim o poder de amar. Feliz Natal a todos que respiram conosco esses ares luminosos da música e da poesia. Que venha 2015 e, com ele, os bons aromas da amizade, que tornam mais bela e mais suave, essa deliciosa aventura que é a vida! Carlos Roberto Furlan Maestro do Sarau Literário Piracicabano

#‪#‎Trabalhos‬ publicados no Caderno do Sarau Literario Piracicabano de 16 de Dezembro de 2014

“Amigos são pedaços da nossa alma que vez ou outra escapam da gente..., alçam vôos, dão rasantes, exploram novas almas, contudo, pousam novamente, no afã de redescobrir novos momentos nesta jazida de ouro denominada amizade! Amigos são colibris...., quando você menos espera eles flanam e pousam no seu coração para deixar seu mel" (Ana Marly De Oliveira Jacobino )

O jardineiro do universo conspirou ao nosso favor (Terezinha não sabia da homenagem à Edith Piaf neste Sarau), e veja a maravilhosa poesia escrita pela nossa amiga ! Estou aqui chorando de alegria. Muita emoção nesta minha vida... Alegria, plena!
#‪#‎Para‬ Ana Marly De Oliveira Jacobino com inspiração em Piaf
Amigos são pardais comuns, que constroem ninhos desordenados,
São rouxinóis com sons altos, bonitos e impressionantes!!! .
La vie nem sempre é en rose cher amie.
Tem seus gritos, seus lamentos.
Padam... Padam “ mas tudo vale a pena quando a alma não é pequena”
Ne regrette rien
Continue rouxinol poetando por onde passa,

Cantando quando pode, fazendo versos quando não pode.
Se o céu escurecer, não importa NON, NE REGRETTE RIEN...
(NÃO, eu não me arrependo de nada...)
Está pago, varrido, esquecido.
Acende o fogo,recomeça do zero
Não! Não lamente nada...
Continue sua vida com esta risada gostosa,
Plena de assobios e trinados.
Mas não esqueça de colocar tudo isso em versos

Terezinha Sbrissa de Campos novembro de 2014.
 
Obrigado, Deus!_ Geraldo Silva
Por permitir amar,
Descobrir que ainda sei amar.
Embora o tempo tenha passado
E implacável cravas no meu peito
Marcas cruéis das lembranças.
Amar é bom demais!

Remete-nos para distante de nós mesmos,
Tornando-nos puros e impuros.

- Somos Deus e Demônios!
Assassinando-nos em vida, na vida,
Que passa devagar sobre nós, sem pena,
Desfazendo-nos em nada, sem nada,
Flutuante, delirante e assomblante.
É o semblante feliz de quem não ama.
É o assombro triste de quem ama
Longe, cada vez mais longe do seu amor.

Obrigado, Deus!?...
Por saber que ainda vivo pra salvar.
 
PASSAGEIRO DA ESPERANÇA - Márcia Barbosa de Souza
Quem és tu, passageiro da esperança,
que minha alma tanto procura?
Ai de mim, tão pequenino, só de longe posso olhar
Sou um pássaro a cantar, nos galhos secos de um ipê
Canto triste, solitário, lá do alto a contemplar
Aquele que te busca tão sedento por ternura,
Entretanto, tão ligeiro, você passa e não me vê
Até quando um coração há de aguentar tanta tortura?
Já passaste, tão depressa, e não posso te alcançar
Lanço ao vento este meu canto, quem sabe chegue até você
E num mágico encanto, te atinja com doçura
Te trazendo aqui de volta, prá que eu possa te encontrar
Eu, um simples passarinho, solitário a te esperar!  

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Vivas as celebrações...

Sarau Literário Piracicabano - movido por corações voluntários, amantes da cultura, unidos na difusão da Arte e da Literatura como um todo!
Conheça um pouco desta festa lítero-musical clicando nos links abaixo:
 
Grupo Caleidoscópio: Carlos Roberto Furlan (violão e voz) e Suzi Christophe Furlan (voz e timba); Ana Ana Lúcia Paterniani (flauta e voz), Wilson Luiz Bortolazzo China (percussão)
Bolero de Neblina - Altay Veloso / Paulo César Feital _ https://www.youtube.com/watch?v=1KDhnc4hBWw&feature=youtu.be
Hino Ao Amor (Hymne À L'amour) - Edith Piaf e Marguerite Monnot _ https://www.youtube.com/watch?v=I3o3uJ4zM6M&feature=youtu.be
  
Apresentação de Eliane Vidal emociona e arranca aplausos
Ne Me Quitte Pas, de Jacques Brel _ https://www.youtube.com/watch?v=T1lj-fJ8dBE&feature=youtu.be
— com Ana Lúcia Paterniani e Carlos Roberto Furlan.
 
Apresentação da professora de dança, dançarina, coreógrafa Josiany Shimla e Alunas_
https://www.youtube.com/watch?v=UhFwDIKdZkE&feature=youtu.be

 
Josiany Longatto e alunas_ https://www.youtube.com/watch?v=pY9kuCAlm-4&feature=youtu.be
 
SARAU LITERÁRIO PIRACICABANO
Nenhum lamento, somente a voz, assim, Edith Piaf cantou, cantou..., numa homenagem inesquecível ao Museu Prudente de Moraes e seus Funcionários neste 16 de Dezembro de 2014
Coordenação: Ana Marly De Oliveira Jacobino

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Festa você encontra aqui...

16 de Dezembro acontece o último Sarau Literário Sarau Literario Piracicabano do ano de 2014, as 19h30 no Museu Prudente de Moraes a partir das 19h30 (terça-feira)
Homenageados Edith Piaf (cantora e compositora francesa) e os Funcionários do  Museu Prudente de Moraes 
Entrada Gratuita
Coordenação: Ana Marly De Oliveira Jacobino
Auditório do Museu Prudente de Moraes
Grupo Caleidoscópio
Esquete Teatral
16 de Dezembro acontece o último Sarau Literário Sarau Literario Piracicabano do ano de 2014, as 19h30 no Museu Prudente de Moraes a partir das 19h30 (terça-feira)
Homenageados Edith Piaf (cantora e compositora francesa) e os Funcionários do  Museu Prudente de Moraes 
Entrada Gratuita
Coordenação: Ana Marly De Oliveira Jacobino

domingo, 14 de dezembro de 2014

Entre nesta festa...

Parabéns aos voluntários piracicabanos por abraçar o meu sonho e ajudá-lo a concretizar. Vivaaaaas a Arte como um todo. Vivaaaas ao Sarau Literario Piracicabano! Ana Marly de Oliveira Jacobino

Sarau Literario Piracicabano apaixonado pelo Sarau Festivo de Poços de Caldas que aconteceu na noite de 13 de Dezembro de 2014

Sarau Literario Piracicabano agradece a hospitalidade e o carinho que foi recebido pela família Toricelli no 9º Sarau Festivo em Poços de Caldas.Abraço Poético ao pessoal de Ribeirão Preto

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Devaneios açucarados...

Um presente bem melado para você...

Natal Melado... Ana Marly De Oliveira Jacobino
Dezembro nasce em expectativas
sobre-humanas gerando falsas
promessas nos devaneios alienados
de homens e mulheres,
numa busca constante pela mudança,
do que não pode ser mudado!
Além disso, todos esperam um verão
chuvoso para umedecer os lábios
da terra ressequida e ressentida...,
quase matando
as suas raízes nutridas
pelas minas subterrâneas!
Todos olham para os céus a espera da frente fria...
Estes mesmos olhos que procuram por uma nuvem...
Uma nuvem daquelas gravidas de água,
um dia as maldisse pelas chuvas torrenciais.
Na minha infância a espera pelo Natal
tão aguardado vinha com rezas para não chover.
Tinha medo que a parteira não pudesse chegar
(devido as estradas enlameadas, movediças),
para fazer nascer o pequeno, e, o presépio vazio
deixava a gente sem o Natal.
Pobre Natal em presentes de plástico...
Rico natal em presentes de gostosuras...
feitas pelas mãos das mamas...
Rabanada, pão doce, biscoitos, bolachas,
gordas de alegria açucarada.
Eu andava atrás das mamas aprendendo
a arte de assar os enfeites da árvore de natal
Depois que o menino nascesse no presépio
as crianças podiam adoçar a fome das lombrigas
agarrando as estrelas adocicadas da árvore.
O Menino Deus calmamente dormia,
tendo sua família e amigos ao lado.
E nossos pais abençoavam a chuva que caia
tranquila regando a horta e o pomar!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Poesia e Prosa um show ...

## Publicado no Caderno do Sarau Literário Piracicabano de 18 de Novembro de 2014
 
Trovas com o Tema Amizade_ Leda Coletti
Como é doce a amizade,
relação sempre aquecida
prova de sinceridade,
preenche toda uma vida.

Amizade lembra amor,
entrega despretensiosa
envolve afeto, calor,
aliança prazerosa.

Amizade é como um céu
com nuvens de carneirinhos
e à noite brilhando ao léu
a lua, estrelas e anjinhos.

Na amizade há lealdade
na tristeza e alegrias,
ternura, fidelidade
trazem paz aos nossos dias.

Nossa mui querida amiga
é um elo sua amizade,
só nos faz bem e nos liga
com sabor de eternidade.

 
Poema para Rezar_ Elza Rodrigues
Vi a malva
Cheirosa e colhi
Uma folhinha
Coloquei-a na
Geléia de morango
Que gracinha!
Os gerânios tem
Dois tipos de folhas
Ásperas e aveludadas
Deixam minha jardineira
Uma moldura estudada
Com as folhas da
Bananeira, fiz
Um peixe original
Envolvi, fiz um pacote
Imaginem só o final !
As orquídeas que beleza
Só encanto são suas flores
E cada folha
Que as seguram
Depende de nossa escolha
Quanto aos lírios da paz
Seu nome já vem de encontro
Com o nosso grande sonho
De ver o mundo ideal
E suas folhas são ornamento
Para o buque de suas flores
Que de brancas, tão brancas
Lembram a alva bandeira
Da grande querida e almejada
Paz mundial.

  
O CANTO DA CIGARRA - Esther Vacchi
Ao ouvir o canto da cigarra não sei se fico alegre ou se fico triste. Vem aquela saudade, de muitas coisas do passado. A cigarra canta sem parar e vem as lembranças contidas da infância distante, dos pés de manga carregados de frutos amarelos e doces, onde brincávamos de balanço, do galinheiro repleto de aves, da cocheira, dos animais, saudade da carrocinha do nono. A cigarra canta na noite de lua cheia. O silencio e o perfume das flores de “copo de leite” são testemunhas junto a estrelas. Cigarra canta chamando chuva e nos remete ao passado, um passado cujas lembranças estão certamente contidas dentro de cada um.
Hoje as pessoas não tem tempo para ouvir e admirar o canto das cigarras, devido aos ruídos do progresso e aos aparelhos eletrônicos que tomaram conta da população.
Será que no futuro próximo as pessoas ainda sentirão saudades do canto da cigarra e do contato com a natureza que tiveram na infância?

 
Outono Rosa Novembro Azul - Aracy Duarte Ferrari
Solidariedade
Dependência mútua entre pessoas.
Divulgação conectada à ação batalha constante...!
Auxílio ao necessitado com saúde debilitada.
PROJETO ILUMINA age e ampara com braços fortes bravios,
Acione a população a assumir o voluntariado,
Destemido com galhardia.
Para amenizar...o sofrimento.
Um coro de anjos anuncia:
 
 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Receber uma interação de quem você admira é um presente pra lá de especial, então, como agradecimento publico aqui na Agenda o trabalho poético de Roberta Lessa como agradecimento. Ana Marly de Oliveira Jacobino
Resultado de imagem para foto de réstia de sol
A RÉSTIA QUE RESTA É O RESTO DO ROSTO QUE RI – RE POETIZANDO COM MARLY
Sarau Literario Piracicabano, minha ousadia é tal que ouso tecer linhas sobre suas linhas
                       REPOETIZANDO:
(1) ouso contemplar rios que sangra goteira
(2) naquilo que de pensar torna - se olheira
(3) nos olhos inertes, ressecada brincadeira
(4) nem mesmo o resistir fortalece barreira
(5) nessa aquosa espera à terra derradeira
(6) grão aguardava em cova feito trincheira
(7) rebentar de sua vida em data vindoura

(8) preciosa esperança da semente ausente de germinar
(9) habilidosa mão daquele que ara desejoso do verdejar
(10) conscienciosa força humana que crendo nessa capinar
(11) minuciosa força e fé nas irmãs águas por se aguardar
(12) teimosa que é saberá germinar terra e vida desvelar
(13) orgulhosa por ser útero fértil com o rebento a esperar
(14) atenciosa por sim, conter toda a esperança do brotar

(15) haverá pois, algo além da forte e necessária esperança?
(16) conterá pois, entre os homens essa tal urgente aliança?
(17) proverá pois, nessa escassez vital alma de temperança?
(18) descontará pois, a terra os inocentes na sua cobrança?
(19) despedirá pois, todos da luta vivencial em segurança?
(20) porá pois , Deus seus filhos em sua melhor lembrança?
(21) despertará pois, os nada inocentes da sua vil lambança?

                                                                    Roberta Lessa

  TEXTO ORIGINAL: Insanidade _ Ana Marly De Oliveira Jacobino
(1) Réstia do sol entra pelos buracos
(2) da telha de plástico
(4) amarela, ressecada
(5) toda furada assim,
(6) por uma chuva de pedras,
(7) época em que as nuvens passeavam
(8) por estes céus carregando água!
(9) Hoje, indecisas... procuram outras
(10) paisagens mais verdejantes
(11) para lançar sua alegria.
(12) Ah! O homem nem imagina
(13) que a nuvem sabe das suas demências
(14) lá do alto, observa a rotina
(15) nossa de cada dia!
(16) Lá de cima observa cada árvore
(17) caída ao chão!
(18) Ele nem imagina
(17) a secura brotando nos lábios
(20) partidos da terra,
(21) vai secar sua carne,

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Te encontro com certeza no mundo da delicadeza

Todo o Sentimento- Chico Buarque/Cristovão Bastos ...um compor poético de fazer o coração arrebentar de tanta emoção! Linda interpretação de Suzi Christophe Furlan junto ao Grupo Caleidoscópio...https://www.youtube.com/watch… 

#Publicado no Caderno do Sarau de 18 de Novembro de 2014 Nossa Língua Portuguesa:
Elas sumiram e a língua portuguesa empobreceu... Escolha uma ou mais palavras para usar na fala ou na sua escrita pelo menos uma vez por semana:

Alcaide: prefeito
Ceroula: cueca
Nosocômio: hospital
Outrossim: também
Hum: um
Soer: acostumar
Cincoenta: cinqüenta
"Haja vista", em homenagem ao senhor Zé ABC que muito me inspirou em suas falas e tiradas. Roberta Lessa)

HAJA VISTA
Haja vista para os que temem enxergar, haja vista viverem sempre a penar.
Haja vista para os que fogem da justiça, haja vista terem eles o olhar da cobiça.
Haja vista para os que agem na obscuridade, haja vista serem do reino da maldade.
Haja vista para os que se julgam impunes, haja vista por se acharem imunes.
Haja vista para os que são solidários, haja vista serem eles tão necessários.
Haja vista para os que agregam valores, haja vista serem na vida as flores.
Haja vista para os que oram com fervor, haja vista serem plenos no amor.
HAJA E VISTA

  Quando eu crescer _ Ana Lúcia Paterniani
"vou querer ser árvore
Pode ser de flor
Pode ser de fruta
Pode ser de folhas só

Árvores são boas
Árvores são amigas quietas
E silenciosas
Acolhem nossos segredos sem sermões
Nem julgamentos
Não fazem fofocas

São generosas, acolhedoras,
Doando sua sombra e frutos
Aos passarinhos e aos passantes
Que quiserem parar e descansar
São professoras do amor incondicional

E sabem praticar meditação
Pois permanecem imóveis e equânimes
Nos dias de sol e nas
Tempestades

Sim!
Quando eu crescer
Se me for permitido escolher
Vou querer ser árvore!!!

Inveja_ Camilo Camilo Irineu Quartarollo
Sentia dores na boca do estômago, costas, peito, panturrilhas e outras do varejo da meia-idade que o médico intuia. Doía-lhe o corpo todo e a alma aspirava algo mais que uma aspirina diária. Enquanto tomava os remédios paliativos, de caixinhas coloridas e nomes decorativos que comprara com alguns sabonetes, já tinha nas mãos os últimos exames exaustivamente marcados de última hora encaixados nas desistências. A visita à farmácia já lhe dera um alento, pois atendentes são todos sadios e na primeira dorzinha já sabem o que tomar. Sentia-se protegido neste templo moderno da tecnologia do viver indolor.
Sua infância fora triste, mas não doentia como a alta idade. As primeiras doenças foram-lhe tratadas com chás e algumas benzeduras de uma cabocla, mas tudo começou quando viu um menino rico na escola. O tal tinha uma tipoia, quebrara o braço e restabelecia-se feliz, bem cuidado por todos e com mimos. Nas suas imaginações queria ter uma perna, um braço, um dedinho que fosse, quebrado. Teria o gesso branco, onde todos iam gravar seus nomes e mensagens. Seria diferente como aquele menino rico. Mas não. Era terrivelmente saudável. Dai veio o desencanto pela vida, queria a de outro, não a própria. A sua era sofrimento sadio. Nem tanto, o diagnóstico de evasão ou masoquismo lhe impingia consultas com o médico de sadios - o psicólogo; ah – imaginava de quando certos sintomas da alma eram encarados como frescuras ou tratados a tapas e depressões só existiam na economia. (mas peço que os leitores deprimidos continuem a me ler)
Desta vez nosso herói passou por uma dor grande, mas de pouca aparência. O dedo mindinho foi lhe amputado e triturado na máquina de moer. Um acidente fatal que lhe deu uma aposentadoria precoce e nenhum reconhecimento a sua alma tímida. Ninguém percebia o acidente ou a alma dilacerada.
Então o médico veio-lhe providencial. Ia entrar com medicamentos, continuar com os acompanhamentos de psicólogo e, uma possibilidade – o implante de outro mindinho. Para quê? Nem que fosse para coçar os ouvidos, teria um corpo perfeito. Primeiro a bateria de exames e destes o médico o desenganou dizendo:
- O senhor não tem angina, não é cardíaco, diabetes não tem, então...
Nem uma doença e poderia ir para o transplante andando. Foi. Saiu sorridente e veio a falecer semanas depois pela rejeição do dedo implantado. O dedo o rejeitou! A família chorava pelos corredores, dizendo:
- E nem era o indicador. Buá.
Pequenas dores podem vir de rejeições e invejas por pensamentos miúdos acerca de realidades que não se empurram com dedo emprestado.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Uma pequena porção de vida nestes nomes marcados pela força:

#‪#‎Dois‬ nomes que se completam e vão além do tempo! Ana Marly De Oliveira Jacobino
 
Quero escrever uma pequena crônica-homenagem a um dos poetas que aprendi a apreciar junto com meus alunos, ele que, tinha uma inteligência acima do padrão desde criança, mas, não foi valorizado. Ele conseguiu um emprego que nem sequer o possibilitou usar um décimo de sua capacidade intelectual, discriminado, passando fome junto com seus familiares, terminou atacado pela "doença dos poetas", a tuberculose, que matou com ele, toda sua família. Seu nome CRUZ E SOUZA; reconhecido junto a Mallarmé e Stefan George, entre os três maiores simbolistas do mundo, formando a "grande tríade harmoniosa". Veja a musicalidade e a beleza destes versos de um dos seus poemas:

Violões que choram_ Cruz e Souza
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas...// 


A benção Cruz e Souza um “Poeta Brasileiro!”. Junto aos seus versos Cruz e Souza o Sarau Literário Sarau Literario Piracicabano propaga a voz de THEREZA ALVES, essa mensageira dos versos escritos pelos poetas para serem floridos pelas notas musicais, cantando o amor e a saudade. Seresteira e violão são inseparáveis na vida insuflada pela música.

...Sutis palpitações à luz da lua.
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos...


E na voz aveludada da cantora a manifestação da alma compulsiva da deidade fundindo seu corpo junto aos versos nesta arte libertária, ansiosa, criativa, que foge dos padrões métricos sem perder a classe, a musicalidade, a vida! O real se forma no mundo espiritual do “Poeta e da Cantora”, gosto de lembrar de uma critica ao poema em que, reflete o espaço noturno, como se os versos servissem para jogar luz no caminho do leitor. E ‘Violões que choram’ esbanja luz.
”O poema todo é um campo luminoso, que traz consigo a “lua cheia”, as “estrelas mágicas” e um rastro de cores e sons que preenchem toda a noite. É um poema sinestésico, em que o poeta grita com o corpo todo, como um violão que chora, que grita luz...” Gilberto G. Pereira. Neste dia da graça de 18 de Novembro, em torno de uma atmosfera romântica de um sarau, a cultura lítero-musical fornece o elemento essencial para esta homenagem ao nosso poeta Cruz e Souza a cantora Thereza Alves Herler. Mensageiros da alma humana.
 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O Sarau Literário Piracicabano esta no youtube

Grupo Caleidoscópio: Carlos Roberto Furlan (violão e voz) e Suzi Suzi Christophe Furlan (voz e timba); Ana Ana Lúcia Paterniani (flauta e voz), China Wilson Luiz Bortolazzo (percussão) no Sarau Literário Piracicabano de 18 de Novembro de 2014: 

#‪#‎Na‬ Baixa do Sapateiro - Ary Barroso_ https://www.youtube.com/watch?v=IwBziVVtOLY&feature=youtu.be
## Quando o Amor Acontece - Abel Silva & João Bosco_ https://www.youtube.com/watch?v=f1PjwU7P1Zg&feature=youtu.be
## : Papel Machê - João Bosco _ _ https://www.youtube.com/watch?v=tvpSUxlkwlE&feature=youtu.be
## Todo o Sentimento- Chico Buarque/Cristovão Bastos _ https://www.youtube.com/watch?v=O5o3_C997Ug&feature=youtu.be
## Sapato Velho - Cláudio Nucci / Mu / Paulinho Tapajós _ https://www.youtube.com/watch?v=bYRfvg3_gog&feature=youtu.be
 
 A homenageada a cantora Thereza Alves Herler acompanhada do Grupo Caleidoscópio no Sarau Literário Piracicabano de 18 de Novembro de 2014

¨¨Só danço samba – Tom Jobim e Vinícius de Moraes_ https://www.youtube.com/watch?v=Kfd6_L8Gh0A&feature=youtu.be
¨¨Voz do morro – Zé Kéti_ https://www.youtube.com/watch?v=_I2kwFrsM84&feature=youtu.be
De volta para o Aconchego- Dominguinhos _ https://www.youtube.com/watch?v=PbqRL-W0gto&feature=youtu.be
Se Todos Fossem Iguais A Você _ Tom Jobim _ https://www.youtube.com/watch?v=as-ly56Bf_k&feature=youtu.be
 
 **Reflexões de um Mago_ Performance do ator Elson de Belem _ https://www.youtube.com/watch?v=DQKgzHsWevA&feature=youtu.be

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Sarau no Museu noite de encantamentos

Nossa "Ave do Paraíso" Thereza Alves Herler encantou a todos com seu timbre de voz afinado e coberta de emoção.Parabéns, Diva dos Encantos


Thereza Alves Herler uma das homenageadas do sarau Literário Piracicabano de 18 de Novembro de 2014 no Museu Prudente de Moraes.
  • Thereza Alves Herler Realmente a noite de ontem foi o afago maior no meu coração, haja Deus todo poderoso, para segurar a emoção que senti ao receber tanto carinho, e posteriormente poder impostar a voz para cantar. Obrigada meu povo, bjs

Parte do público presente.






Belíssima interpretação de Elson de Belem no Sarau Literario Piracicabano de ontem no Museu Prudente
Valeu! Nossos aplausos ao ator

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Um convite para ficar guardado na memória...

Sarau Literario Piracicabano
Data: 18/11/2014 - terça feira
Local: Museu Histórico e Pedagógico Museu Prudente de Moraes
Rua Santo Antônio - Centro - Piracicaba - SP
Horário: 19h30
Tema: "A angústia humana perpassa pelos versos de Cruz e Souza "
Presença ilustre: Thereza Alves Herler, levando o cotidiano humano nos versos que canta!
Entrada gratuita
Coordenação: Ana Marly De Oliveira Jacobino

 
Qual é a cor da minha forma, do meu sentir? Qual é a cor da tempestade de dilacerações que me abala? Qual a dos meus sonhos e gritos? Qual a dos meus desejos e febre?
 a partir destes questionamentos vivenciados por mim através da pesquisa que fazia para o Curso de Especialização fiquei leitora voraz de Cruz e Souza (que já conhecia através das aulas que preparava para os meus alunos de Literatura), Cruz e Souza é   reconhecido junto a Mallarmé e Stefan George, entre os três maiores simbolistas do mundo, formando a "grande tríade harmoniosa". Veja a musicalidade e a beleza destes versos de um dos seus poemas,
                                                           Violões que choram_ Cruz e Souza
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas...//
 Thereza Alves  leva a lírica em musicalidade para narrar o cotidiano do seu povo. Sabe fazer a escolha da música que, fará bem aos corações inquietos, marcados pelos rumos de uma sociedade “buscante” de alegrias para sobreviver às agruras manipuladoras do meio em que vive. Eu sou o samba A voz do morro sou eu mesmo sim senhor Quero mostrar ao mundo que tenho valor Eu sou o rei do terreiro”

Tudo isto e muito mais... é intercalado com declamações, contação de história, dança, causos contados pelos participantes inscritos (publicados) no Caderno do Sarau Literário Piracicabano que será distribuído graciosamente para o público.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Manoel colibri de Barros

Vai meu colibri vai bagunçar os céus... vai fazer arruaça nos pés de Nosso Senhor... vai catar tatuzinho bola para brincar com os anjos... vai subir nas árvores e inundar a vastidão com seus versos recheados da fauna e da flora, meu poeta pantaneiro, tão brasileiro! Ana Marly De Oliveira Jacobino

O poeta Manoel de Barros morreu nesta quinta-feira (13 de Novembro de 1014), aos 97 anos, no Proncor de Campo Grande. Ele estava internado havia duas semanas e, durante esse período, passou por uma cirurgia no intestino.


Para Manoel_ Ana Marly de Oliveira Jacobino

Vai Manoel vai brincar de ciranda
Vai jogar feijão queimado
Vai pular amarelinha junto as borboletas
Vai Manoel vai fazer versos ...
e, declamá-los no telefone sem fio
Vai Manoelzinho enrolar feito caracol
e, ficar todo musguento de alegria!
Vai meu colibri vai bagunçar os céus... 
Vai fazer arruaça nos pés de Nosso Senhor... 
Vai catar tatuzinho bola para brincar com os anjos
Vai subir nas árvores comer manga madura
Vai inundar a vastidão com seus versos, 
recheados da gosma verde e amarela
grudenta dos nossos brasis
Vai Manoel de Barros vai ser feliz
junto as nuvens de bicharada
soltas ao vento feito sua imaginação!
Vai Manoel vai nascer de novo feito passarinho!

# Hoje, 13 de Novembro o nosso pirilampo foi fazer "aleluias" aos pés das estrelas cadentes... ficar parado, jamais, não é Manoel de Barros?

Um ano de perdas irreparáveis para a nossa literatura; Ubaldo, Rubem,Suassuna e Manoel...triste...perdas doloridas... palavra pouca para falar da dor da perda para seus leitores... suas obras ficam para lembrarmos dos seus escritos... Ana Marly De Oliveira Jacobino



quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Augusto sempre dos Anjos...

Hoje, 12 de Novembro Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, Augusto dos Anjos deixaria para sempre, a poesia e a vida na cidade de Leopoldina em 1914. Morria Augusto, jovem com apenas 30 anos!
 
                A aeronave (um poema visionário de Augusto dos Anjos)
Cindindo a vastidão do Azul profundo,
Sulcando o espaço, devassando a terra,
A aeronave que um mistério encerra
Vai pelo espaço acompanhando o mundo.

E na esteira sem fim da azúlea esfera
Ei-la embalada n’amplidão dos ares,
Fitando o abismo sepulcral dos mares,
Vencendo o azul que ante si s’erguera.

Voa, se eleva em busca do infinito,
É como um despertar de estranho mito,
Auroreando a humana consciência.

Cheia da luz do cintilar de um astro,
Deixa ver na fulgência do seu rastro
A trajetória augusta da Ciência.

 
Augusto dos Anjos nasceu no engenho Pau d'Arco, no município de Sapé, estado da Paraíba. Foi educado nas primeiras letras pelo pai e estudou no Liceu Paraibano, onde viria a ser professor em 1908. Precoce poeta brasileiro, compôs os primeiros versos aos 7 anos de idade. Com a obra de Herbert Spencer, teria aprendido a incapacidade de se conhecer a essência das coisas e compreendido a evolução da natureza e da humanidade. De Ernst Haeckel, teria absorvido o conceito da monera como princípio da vida, e de que a morte e a vida são um puro fato químico. Arthur Schopenhauer o teria inspirado a perceber que o aniquilamento da vontade própria seria a única saída para o ser humano. E da Bíblia Sagrada ao qual, também, não contestava sua essência espiritualística, usando-a para contrapor, de forma poeticamente agressiva, os pensamentos remanescentes, em principal os ideais iluministas/materialistas que, endeusando-se, se emergiam na sua época.

Essa filosofia, fora do contexto europeu em que nascera, para Augusto dos Anjos seria a demonstração da realidade que via ao seu redor, com a crise de um modo de produção pré-materialista, proprietários falindo e ex-escravos na miséria. O mundo seria representado por ele, então, como repleto dessa tragédia, cada ser vivenciando-a no nascimento e na morte.Dedicou-se ao magistério, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde foi professor em vários estabelecimentos de ensino. Faleceu em 12 de novembro de 1914, às 4 horas da madrugada, aos 30 anos, em Leopoldina, Minas Gerais, onde era diretor de um grupo escolar. A causa de sua morte foi a pneumonia.
                         A Idéia
De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!


Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!


Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica …


Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.