sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Camilo Pessanha o ritmo nos seus versos cantam a poesia...

Sua influência na poesia portuguesa pode ser apreciada nos trabalhos das gerações a sua época ou as que viriam depois, como: Fernando Pessoa ou Mário de Sá-Carneiro. Um intelectual que queria passar despercebido na roda social portuguesa. Sensibilidade a flor da pele Camilo escrevia sobre os ideais inatingíveis e a inutilidade dos esforços humano. Camilo de Almeida Pessanha nasceu em Coimbra em 7 de Setembro de 1867, fruto da ligação ilícita entre um aristocrata estudante de direito e uma criada. Vamos conhecer um pouco mais deste brilhante poeta português. 
                                           Ana Marly de Oliveira Jacobino
Os seus poemas foram publicados, pela primeira, em 1899 - não devido aos esforços de Camilo Pessanha, mas dos amigos. Foram eles que os fizeram chegar às revistas literárias. Foi assim que se tornou uma referência para a geração de Orpheu, que tinha como figuras de proa Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro. 
Ficheiro:Orpheu 1 - 1915.jpg
capa de Orpheu, fascículo n.º 1, Janeiro–Fevereiro–Março de 1915.
Os términos de amores causam verdadeiras catástrofes, naufrágios sentimentais, dos quais Camilo Pessanha  recolhe fragmentos eruditos, com extremo cuidado para não marcar expressões sentimentais que pudessem ser previsíveis: 
“na fria transparência luminosa”, ou a lucidez de “róseas unhinhas que a maré partira…/ Dentinhos que o vaivém desengastara…./ Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos…”
                        PHONOGRAPHO
Vae declamando um comico defuncto,
Uma platea ri, perdidamente,
Do bom jarreta... E ha um odor no ambiente
A crypta e a pó, ̶  do anachronico assumpto.

Muda o registo, eis uma barcarola:
Lirios, lirios, aguas do rio, a lua.
Ante o Seu corpo o sonho meu fluctua
Sobre um paúl, - extatica corolla.

Muda outra vez: gorgeios, estribilhos
D’um clarim de oiro – o cheiro de junquilhos,
Vivido e agro! – tocando a alvorada...

Cessou. E, amorosa, a alma das cornetas
Quebrou-se agora orvalhada e velada.
Primavera. Manhã. Que efluvio de violetas!
Regressou algumas vezes a Portugal. Um dos seus melhores amigos era Alberto Osório de Castro, irmão da escritora e feminista Ana de Castro Osório. Pessanha apaixonou-se perdidamente por ela. Um amor não correspondido que durou a vida inteira. Ana de Castro Osório viria a ser uma das responsáveis pela publicação do primeiro livro de Pessanha: “Clepsidra”. 

Camilo Pessanha fazia parte do Simbolismo, movimento proveniente de França e da Alemanha, que procurava expressar a realidade através de símbolos. A sua poesia era melancólica e pessimista, como podemos depreender num excerto de “Castelo de Óbidos”: 
“O meu coração desce, / Um balão apagado? / Melhor fora que ardesse, / Nas Trevas incendiado.” Em muitas das suas obras, mostrava uma tristeza absoluta e viscosa, de que era impossível fugir, como uma doença. A dor dilacerava. 
Camilo Pessanha buscou em Charles Baudelaire, proto-simbolista francês, o termo “Clepsidra”, que elegeu como título do seu único livro de poemas, praticando uma poética da sugestão como proposta por Mallarmé, evitando nomear um objeto direta e imediatamente.

SARAIVA, A. J.; LOPES, O. História da Literatura Portuguesa. Porto: Porto, 1978.
Clepsydra, organizada por Paulo Franchetti e publicada pela Unicamp, em 1994.
Biblioteca Nacional de Portugal. Camilo Pessanha
Convites
Sarau Literário Piracicabano do dia 18 de Setembro de 2012 vai acontecer no  Museu e Centro de Ciências Luiz de Queiroz na Esalq às 19h30 
 vai homenagear  Luiz Vicente de Souza Queiroz e Choro de Saia 
            Tema"Ciência e Poesia juntas pelo progresso sustentável d’alma!"  
 
Luiz Vicente de Souza Queiroz
fotos google

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