terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ventos Poéticos de Agosto na Agenda...


Meu lembrete Amigo:
“Agosto é o mês do vento... Não gosto de agosto, me faz lembrar o político brasileiro, ele chega feito; brisa mansa... Antes da eleição assopra suas promessas... Depois, já eleito, vira um tornado, derrubando, dilapidando, levando tudo que encontra... se possível para a sua casa... "Ah! Os eleitores... Quem são eles mesmos? Trouxas... "”               

  Caderno do Sarau Literário Piracicabano de 14/08/2012-Parte 3

                                       Os Suspiros de Brontë (Richard Mathenhauer)
Não, não esteve ela na sacada de minha casa
Na modorrenta cidade sem graças cujo início
Foi num século perdido, talvez XIX,
Hoje corrompido, certamente XXI.
Não, ela não esteve na sacada de minha casa
Com seu vestido negro esvoaçante,
Olhando os bosques distantes e abaixo dos seus olhos violetas
- ou cinzas – ( são assim os olhos dela para mim )
Fixando as árvores que de tão comuns
Nem nomes tem, embora saibamos que tudo tenha nome,
Porque o Homem tem a vã necessidade de nomear
Para poder apossar-se do nomeado.
Ventava forte. Isso era igual ao que ela sabia.
Pelas frestas das portas e das janelas
Não era música o que se ouvia... Era algo como um suspiro,
Um suspiro desesperado se há suspiros assim fora das páginas,
E Brontë, que não esteve na minha sacada de minha casa nesta noite
Fria de um Julho molhado, de algum lugar do seu tempo
Bem antes do tempo do início e do presente,
Suspirava, desgostosa de não haver mais um amor, ainda que tirânico,
Nem uma árvore ressequida,
Nem segredos perturbadores, longos silêncios,
Nem uma vasta casa no alto do morro...
- Nem as prisões do amor.
Apenas o uivo do vento noroeste incessante, frio e úmido,
Que despejava na casa em que Brontë não estava
Suspiros... “Emily, Emily, Emily” e
As águas de todo desencontro da realidade
Fora das páginas de um livro

                                                         Réquiem_ Carmen M.S.F. Pilotto
                 “os mortos vêem o mundo pelos olhos dos vivos– Ferreira Gullar
 O cão esquálido malha o lixo
em busca do alimento pútrido
que sacie sua necessidade primeira
e acalme sua barriga sonoramente vazia
no carro que percorre o caminho de hábito
divago sobre homens e miséria
carne e alma agregados em um mistério
dilacerando minha existência instigativa
seres partilham calçadas solitariamente
transeuntes alienados em seus interiores
vazios de rotinas extenuantes e amargas
preenchem as lacunas de cinza plúmbeo
no México a fauna se debate em óleo
no Irã o conflito nuclear iminente avisa
que o ouro negro que cega e enrijece
aniquila expectativas  de Paz no mundo
o sinal brusco  resgata a razão
do entorno da paisagem urbana
calçadas testemunhas  de ecos
dos tormentos e desvãos desta vida...
Seria  um  jardim ou  praça? _Maria Madalena Tricanico de Carvalho Silveira
  Estava  eu  amarrado  em  um  terreno  que  fora  projetado  para  ser  uma   praça. O  engenheiro  que  projetara  o  loteamento  fizera  uma  planta muito  bonita! Era  o comentário  dos  moradores.
- Estão  vendo  aquele  monte  de  pedras? Não  era  assim  não  senhor! 
A  Praça  seria  dividida  em  duas  partes:  uma  para  a  estrela  de  Davi  e  outra  com  a  Cruz  de Cristo. Tudo  muito  bem  projetado

  com  pedras   coloridas  e  palmeiras  em  volta.  
- O  sol está  a  45º  e  eu  não  tenho  nenhuma  sombra,  que  maldade.

 -  Olhe  aquele  cavalo!  Acho  que  ele  está  com  fome Ricardo...
 -Vamos  lá  em  casa  Mariana  buscar  alguma  coisa!
Não  demorou  muito  e  as  crianças  estavam  de  volta  com  uma  bacia.

- Fico  curioso   para  vez  o  que tem  dentro.
 - Tome  cavalo-  arroz  cru!  Foi  só   o  que  pude  pegar, pois  tinha  bastante.
 - Ora  crianças... estou  é  com  a  garganta  seca  e  preciso  de uma  boa  cerveja  gelada!
 _ Cerveja? Ah! Isso  não  dá! Minha  mãe  só  deixa  pegar  arroz. Cerveja  é  coisa  de  gente  grande!  De  homem  e  não  de  cavalo!
  Um convite para você:

Sarau Literário Piracicabano do dia 18 de Setembro de 2012 vai acontecer no  Museu e Centro de Ciências Luiz de Queiroz na Esalq às 19h30 
 vai homenagear  Luiz Vicente de Souza Queiroz e Choro de Saia 
            Tema"Ciência e Poesia juntas pelo progresso sustentável d’alma!"  
 
Luiz Vicente de Souza Queiroz
fotos google  youtube


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário