quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ascenso Ferreira o Poeta do Catimbó...

 Ascenso Ferreira o poeta que levou a linguagem do povo para a criação literária da  norma culta, foi saudado por Mario de Andrade que escreveu sobre o lançamento do seu livro Catimbó: " Catimbó é um dos livros mais originais do modernismo brasileiro."  Apaixonado pelo viver do seu povo especialmente pela raiz negra. Conheça um pouco deste poeta pernambucano que nos ensinou a saudar o canto do povo aos olhos da contemporaneidade!    Ana Marly de Oliveira Jacobino
Ascenso Carneiro Gonçalves Ferreira nasceu na cidade de Palmares no ano de 1895. Dizem que começou a atividade literária enganado, compondo sonetos, baladas e madrigais. Depois da "Semana de Arte Moderna" e sob a influência de Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira e de Mário de Andrade, tomou rumos novos e achou um caminho que o conduziria a uma situação de relevo nas letras pernambucanas e nacionais. Ascenso cresceu em uma cidade de vida cultural relativamente intensa, para a época, e que era ambiente para despertar e estimular jovens vocações literárias. Foi no jornal de Palmares, A Notícia, que Ascenso Ferreira publicou seus primeiros versos, aos 13 anos de idade.
Nesta época a vigência da estética parnasiana era forte, mas afastada de suas motivações originais passou a neoparnasianismo.
O Poeta sempre estava com um grande chapéu de palha, tornando a sua  logomarca.
                       Da fase neoparnasiana:  
Mãe! – Símbolo supremo da bondade,
ser divinal! Angélica criatura!
Noiva! Sagrada imagem da ternura
repousando no altar da castidade. 
No ano de 1916, juntamente com outros poetas, Ascenso fundava a sociedade "Hora Literária". Mas, por defender o abolicionismo, o poeta passava a ser perseguido politicamente. Anos mais tarde, sobre essa fase difícil da sua vida, o poeta escreveria:
         "Mamãe foi demitida com 25 anos de serviço! Tivemos a casa pichada; fui vaiado um dia na rua; corrido acintosamente pela polícia; ameaçado de prisão... O estabelecimento de meu padrinho, devido a sua morte, entraraem liquidação. Fiquei sem emprego e sem ter ninguém em Palmares que me quisesse aproveitar os serviços, pois todos tinham receio de desagradar os senhores da situação."
                                                                                     Capa da 1ª edição
                   ESTADOS UNIDOS-BRASIL_  (Lei de Empréstimos e Arrendamentos)
O negro velho falando para
o companheiro mais afortunado:
- Parente, você
está drumindo ou está acordado?
- Eu está acordado, minha parente!
- Minha parente, me empresta cinco mirrés!
- Eu está drumindo, minha parente!
                                           Manuel Bandeira escrevia:
 "Ascenso Ferreira tem uma estatura gigantesca, que, a princípio, assusta. No entanto, basta ele abrir a boca, para dissipar todos os terrores: é um sentimentalão, e sentimentalmente compreendeu e cantou o drama doloroso do matuto a quem ama [...] Os seus poemas são verdadeiras rapsódias nordestinas, onde se espelhou fielmente a alma ora brincalhona, ora pungentemente nostálgica das populações dos engenhos."
Pelas três-marias... Pelos três reis magos... Pelo sete-estrelo
Eu firmo esta intenção,
         bem no fundo do coração,
        e o signo-de-salomão
        ponho como selo...    
           Abertura do livro Catimbó

Declamava seus poemas em lugares públicos, como teatros, rádios, emissoras de TV. Figura de físico avantajado, teria se aproximado dos duzentos quilos e subido até a altura de quase dois metros. O uso de um grande chapéu define seu vestuário. Assim e mais, tornou-se bastante popular na Capital de Pernambuco, onde residiu e era diretor do Tesouro do Estado, função em que se aposentou. O poeta faleceu na cidade do Recife (PE), em 1965.
"Catimbó e Outros Poemas", Editora José Olympio - Rio de Janeiro, 1963
FERREIRA, Ascenso. Catimbó – Cana caiana – Xenhenhém: poemas de Ascenso Ferreira5. ed. Recife: Nordestal Ed., 1995. 
LUNA, Luiz. Ascenso Ferreira: menestrel do povoRio de Janeiro: Editora Paralelo, 1971.
 SILVA, Jorge Fernandes da. Vidas que não morrem. Recife: Departamento de Cultura, 1982.
fotos google
                                   Acontece em Piracicaba
Viagem Teatral 2012 – 1ª temporada 
Espetáculo: Cada qual no seu barril 
Data e horário: sexta-feira (11), às 15h, e sábado (12), às 16h 
Local: Teatro do SESI Piracicaba – Av. Luiz Ralph Benatti, 600, Vila Industrial
Capacidade: 330 lugares, sendo 10 para cadeirantes
Gênero: comédia
Duração: 45 minutos
Recomendação etária: Livre para todos os públicos
Informações: (19) 3403-5928
Entrada Franca – os ingressos serão distribuídos uma hora antes do início da apresentação.
10ª SEMANA NACIONAL DE MUSEUS – MUSEUS EM UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO – novos desafios, novas inspirações.
Programação completa veja : Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes
Rua Santo Antonio, n° 641.
Piracicaba - SP
(19) 3432-2148 e 3422-3069

Um comentário:

  1. Recebi com satisfação poe e-mail e publico aqui no blog para os leitores:

    Prezada Amiga
    ANA MARLY


    Eu quero te agradecer por mais essa atenção ao meu trabalho como pesquisador cultural, enviando para o LV a minha Mensagem. Enviei uma Mensagem àquela nossa amiga comum, Rosani Abou Adal,grande poetisa e grande ativista cultural.
    Um abração!

    Israel Lopes


    Olá, amiga Rosani

    Recebi há dois dias, o nosso LINGUAGEM VIVA. Ontem, de noite, li de ponta a ponta. Como sempre, excelente! "A História Mais Bela de Fábio Lucas" por Terezinka Pereira, li com muito prazer. Também, o artigo do grande Rui Ribeiro, ele que é um grande pesquisador da MPB, sobre o Augusto dos Anjos, também muito interessate, provandoà sua condição de grande escritor. Enfim, todas as matérias de muita qualidade.
    Ao ler a coluna Notícias de Piracicaba, eu me surpreendi, com a minha Mensagem enivida à nossa amiga comum Ana Marly de Oliveira Jacobino. Ela, além de ser uma grande escritora, grande ativista cultural,escrevendo aquelas obras-primas, na Agenda Cultural Piracicabana, também é uma pesssoa humanística, divulgando o nosso intercâmbio cultural.
    Obrigado por mais essa atenção ao meu trabalho como pesquisador cultural.
    Com um grande abraço

    Israel Lopes

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