quarta-feira, 14 de março de 2012

14 de Março:Dia da Poesia. Castro Alves e Elas


"Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871),  o “poeta dos escravos”, Sua indignação quanto ao preconceito racial ficou registrada na poesia “Navio Negreiro”, um jovem que tira da sua beleza física a maior de todas as virtudes a de completá-la com a sua beleza interior. Junto de Castro Alves, o poeta condoreiro, Agenda Cultural Piracicabana continua a homenagear as "Mulheres Poetas" e a valorizá-las na plenitude da sua vida e na essência dos seus versos. Feliz Dia da Poesia! Feliz Mulher_Poesia!"  Ana Marly de Oliveira Jacobino
A nossa querida Poeta Maria Emília Redi (in memorian)  distribuindo poesias e flores no Sarau Literário Piracicabano em que foi homenageada. 
                                                          Ele: Castro Alves
!4 de Março Dia da Poesia -Dia de Antônio Frederico de Castro Alves nasceu na fazenda Cabaceiras, próxima à vila de Curralinho, hoje cidade de Castro Alves, no Estado da Bahia.  Suas principais obras são: "Espumas Flutuantes", "A Cachoeira de Paulo Afonso" e o drama já mencionado "Gonzaga ou a Revolução de Minas". Ao livro "Os Escravos" pertencem "Vozes d'África" e "O Navio Negreiro", considerados os dois poemas mais representativos de sua obra.

                                                                        Elas:
                                               Poetas Piracicabanas na festa da Poesia 
CecíliaBenevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. 

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano." 
 Laura Riding Gottschalk, pseudônimo de Laura Reichenthal (16 de janeiro de 1901 - 2 de setembro de 1991), poeta norte-americana. Poeta reflexiva e iconoclasta,. seus poemas articulam verdadeiras "cenas de linguagem" que investigam os paradoxos e o processo da consciência em seu estado mais alerta, comenta Rodrigo Garcia Lopes.

                                                        O MAPA DOS LUGARES
 O mapa dos lugares passa
A realidade do papel se rasga
Onde terra e água estão
Estão apenas aonde já estavam
Quando palavras se liam aqui e aqui
Antes de navios acontecerem ali
Agora de pé sobre nomes nus,
Sem geografias na mão,
E o papel é lido como antigamente,
os navios no mar
Dão voltas e voltas
Tudo sabido, tudo encontrado
A morte cruza consigo por toda parte
Buracos nos mapas dão em lugar algum.
                                      (Tradução de Rodrigo Garcia Lopes)
Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa, a 8 de Dezembro de 1894, sendo baptizada, com o nome de Flor Bela Lobo, a 20 de Junho do ano seguinte, como filha de Antónia da Conceição Lobo e de pai incógnito. É em Vila Viçosa que se desenrola a sua infância. Em Outubro de 1899, Florbela começa a frequentar o ensino pré-primário, passando a assinar Flor d'Alma da Conceição Espanca (algumas vezes, opta por Flor, e outras, por Bela). Em Novembro de 1903, aos sete anos de idade, Florbela escreve a sua primeira poesia de que há conhecimento, «A Vida e a Morte», mostrando uma admirável precocidade e anunciando, desde já, a opção por temas que, mais tarde, virá a abordar de forma mais complexa. 
                                DESEJOS VÃOS _ Florbela Espanca
Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz imensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até a morte!
Mas o Mar também chora de tristeza ...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras ... essas ... pisa-as toda a gente! ... 

Leila Miccolis nasceu no Rio de Janeiro. É editora, professora de roteiro de televisão, promotora cultural e artista performática. Publicou, entre outros, os livros: Em perfeito mau estado, Editora Achiamé, Rio de Janeiro, 1987; Do poder ao poder - alternativas na poesia e no jornalismo nos anos 60 ...
                          Camadas
Ser livre não é manter-se
intocável, sem entregas,
nem se dar também, às cegas,
a tudo o que nos agrade.
Ser livre é viver a idade
que sente o nosso querer,
é viver conforme a vida
é sobretudo viver.
E viver é mergulhar
pra emergir com o submerso,
ampliando,a cada dia,
os limites do universo.
Gertrude Stein_ Escritora norte-americana)  (nasceu em 3-2-1874 em Allegheny, Pensilvânia
Faleceu em 27-7-1946 em Paris. Stein, filha de uma família abastada, cresceu na Áustria e na França. Após concluir os estudos de Psicologia com William James e Henri Bergson, estabeleceu-se definitivamente em Paris. O salão de sua casa parisiense viria a ser o ponto de encontro de pintores e escritores de vanguarda. Stein descobriu, por exemplo, Pablo Picasso, que a retratou, e trabalhou com Ernest Hemingway na criação de seus manuscritos. Essa época ficaria refletida na obra intitulada Autobiografia de Alice B. Topklas (1933), narrada do ponto de vista de sua secretária e companheira. Em seus primeiros relatos, como O Modo de Ser dos Americanos (1906-1908) e Três Vidas (1909), Stein utilizou técnicas de escrita que posteriormente viriam a influenciar a prosa experimental: recorrendo a parágrafos inteiros sem interrupções, ela variava e ampliava as suas frases e motivos sem uma lógica aparente, estabelecendo um paralelismo entre um ritmo de composição sem final e o próprio percurso da história do ser humano. São também significativos os seus ensaios entitulados O Que É a Literatura Inglesa? (1935).
                         STANZA XXXVIII
O que desejo dizer é isto
Não há princípio de um fim
Mas há um princípio e um fim
Para um princípio.
Porquê sim claro.
Qualquer um pode aprender esse norte claro
Não é somente norte mas norte como norte
Por que estavam eles preocupados.
O que quero desejo dizer é isto.
Sim claro.
                 Gertrude Stein
                          Tradução de Pedro Calouste

Florbela! Flor Bela! Exposição. Vila Viçosa: Biblioteca Florbela Espanca, 1994.Comemorações do 1º Centenário de Florbela Espanca. Évora: Grupo Pró-Évora, 1996.
Retrato de Gertrude Stein por Riba-Rovira
                                              foto by Evair Souza
Convite:
                           CENTRO CULTURAL MARTHA WATTS
                                     PROGRAMAÇÃO DE MARÇO
EXPOSIÇÃO PERMANENTE DO SALÃO UNIVERSITÁRIO DE HUMOR – UNIMEP Tema do mês: "Mulher"
Local: Térreo
MOSTRA COLETIVA DE ARTES PLÁSTICAS: "AMIGOS" Artistas participantes: Adalgiza Vaz Rímoli, Alzira Ballestero, Antonio Natal Gonçalves, Carlos Mendes, Lídice Salgot,, Magda Trevelin, Marcia Guibal, Odair Jorge Demarchi e Viviane Gibin.
Curadoria: Odair Jorge Demarchi
Visitação: 12 a 30/03
Local: Sala Monet
MOSTRA: "TEMPO DE ESPERA" Mostra Individual da artista Bia Black
Curadoria: Carlos Augusto Almeida
Visitação: 12 a 30/03
Local: Sala Da Vinci
"Na busca da perfeição, esquecemos o prazer da dança". WORKSHOP: MULHER... DESPERTA MULHER! Data: 17/03 das 9h às 12h
Local: Sala de Oficinas e Mini auditório
Entrada: 01 litro de leite, que será doado à creche AMAS
Publico alvo: mulheres com idade acima de 30 anos
Inscrições: ccmw@unimep.br ou (19) 3124-1889 Vagas limitadas 

                                                            fotos by google; Ana Marly

4 comentários:

  1. Maravilhosa homenagem e foi muito bom ver a nossa Mel aqui... Parabéns pelo teu dia!!beijos,chica

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  2. Chica minha querida Amiga e Poeta agradeço a visita e felicidades neste seu dia.Ana Marly

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  3. Ana,
    Eu disse num outro blog que a poesia hoje me parece ter perdido algo bastante importante da sua função: a função social. Parece-me que hoje a poesia é mais uma distração, as pessoas torcem o nariz para o poeta - pelo menos o que é "sem nome". Poetas são mais que arranjadores de rimas ou "alquimistas" que misturam palavras para obter um resultado encantador; poetas são grito, uivo, são a voz dos que não a tem, os seus olhos, os seus pés.

    Como já lhe disse, acho interessante a distribuição de poesia pelas ruas. "E saiu o semeador a semear..."

    A todos os poetas, um grande abraço!

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  4. Concordo plenamente com as sua palavras sobre a função social da poesia, eu sou uma devoradora de poesia, mas se encontro aquelas que falam do amor, do mar, da luz e mais nada sinto que falta algo pra lá de importante, então vou procurar em outros cantos poéticos o que procuro...por isso tenho verdadeira paixão pelos poetas malditos... Serã?! Benditos Poetas que colocam o dedo na ferida das maldades humanas.Ana Marly

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