domingo, 5 de fevereiro de 2012

Cornélio Pires: o bandeirante do folclore paulista

"Recebi a importante pesquisa, já publicada em livro do escritor do Rio Grande do Sul_ Israel Lopes_ e fiquei "matutando" como é que ele foi fisgado pelo trabalho de Cornélio Pires (passou a vida inteira dedicada à compilação e à divulgação da cultura sertaneja), já que a distância, tanto no tempo, como geográfica, parece tornar difícil esse diálogo literário, mas, percebi que Israel Lopes, também é um bandeirante em busca de novos territórios, só que estes ligados a arte da Literatura. Parabéns pelo belo trabalho a favor de Cornélio Pires, Caríssimo Escritor Israel Lopes!"                 
                                            CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino
Iniciou a sua carreira viajando pelas cidades do interior do estado de São Paulo e outros, como humorista caipira. Em 1910, Cornélio Pires, apresentou no Colégio Mackenzie hoje Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, um espetáculo que reuniu catireiros, cururueiros, e duplas de cantadores do interior. O Colégio Mackenzie foi fundado e sempre mantido pela Igreja Presbiteriana, à qual Cornélio Pires pertencia.
Ambicionando cursar a Faculdade de Farmácia, deslocou-se de Tietê para a cidade de São Paulo, a fim de prestar concurso de admissão. Não tendo obtido sucesso em seu intento, conseguiu empregar-se na redação do jornal O Comércio de São Paulo. Posteriormente trabalhou no jornal O Estado de S. Paulo, onde desempenhou a função de revisor. A partir de 1914, passou a trabalhar no periódico O Pirralho.
           Veja um pouco sobre o trabalho de Cornélio feito pela Rede Globo:
              http://youtu.be/ndNhBa3zNOY
A turma caipira de Cornélio Pires.Foto histórica de 1929, vendo-se da esquerda para a direita, em pé: Ferrinho, empunhando a "puíta", Sebastião Ortiz de Camargo (Sebastiãozinho), Caçula, Arlindo Santana; sentados: Mariano, Cornélio Pires e Zico Dias. Cornélio Pires foi o primeiro a conseguir que a indústria fonográfica brasileira lançasse, em 1928, em discos de 78 Rpm, a música caipira. Segundo José de Souza Martins, Cornélio Pires foi o criador da música sertaneja, mediante a adaptação da música caipira ao formato fonográfico e à natureza do espetáculo circense, já que a música caipira é originalmente música litúrgica do catolicismo popular, presente nas folias do Divino, no cateretê e na catira (dança ritual indígena, durante muito tempo vedada às mulheres, catolicizada no século XVI pelos padres jesuítas), no cururu (dança indígena que os missionários transformaram na dança de Santa Cruz, ainda hoje dançada no terreiro da igreja da Aldeia de Carapicuíba, em São Paulo, por descendentes dos antigos índios aldeados, nos primeiros dias de maio, na Festa da Santa Cruz, a mais caipira das festas rurais de São Paulo).
http://www.widesoft.com.br/users/pcastro4/causocp.htm

Israel Lopes nasceu em Passo Novo, interior de São Borja (hoje Santo Antônio das Missões, RS). Filho de Clarel Amaro Lopes e Dejanira dos Santos Lopes. Desde jovem, quando estudava na escolinha rural, demonstrava pendores para as letras e suas redações tinham temáticas gauchescas. Lia, nos livros didáticos, os poemas dos gaúchos Lobo da Costa, Vargas Netto, Lauro Rodrigues; e dos paulistas Paulo Setúbal e Cornélio Pires. Além disso, escutava os programas de rádios, do Rio Grande do Sul e de São Paulo que, aliado à vivência campeira, moldou o seu espírito REGIONALISTA, o culto à BRASILIDADE! Israel, como pesquisador atuante da cultura popular, também tem colaborado com artigos em jornais,
escritor-israellopes.blogspot.com/2009/04/isr...
Em 2004, a Ottoni reeditou As Estrambóticas Aventuras de Joaquim Bentinho – O Queima-Campo e Sambas e Cateretês.
“MUSA CAIPIRA foi editada em 1910 pela Livraria Magalhães, São Paulo. Livro de estréia de Cornélio Pires, contendo poesias e diversos sonetos em dialeto caipira. No final, um glossário com a Significação de algumas palavras em dialeto sul-paulista adotado em algumas produções. Obra pioneira no gênero, dedicada ao primo Amadeu Amaral que muito o incentivou a publicar. O soneto Ideal de Caboclo, o mais conhecido e divulgado, apareceu na revista A Farpa, dirigida por Simões Pinto. Um dia, encontrando-se com o celebrado escritor capivariano (Amadeu Amaral), recebeu felicitações pelo soneto e uma recomendação:

“Esse filão é inexplorado, dedica-te a ele, escreva um livro...”
E sobre o outro livro de Cornélio Pires, que foi reeditado, com Musa Caipira, ainda diz o historiador Roberto Machado Carvalho:
“Em 1924, apareceu a primeira edição de AS ESTRAMBÓTICAS AVENTURAS do JOAQUIM BENTINHO (O Queima-Campo), incluindo Vocabulário, Editado pela Imprensa Metodista, São Paulo. O livro, simboliza um dos melhores momentos da prosa regionalista de Cornélio Pires. Foi, através dele, que Cornélio criou seu famoso personagem roceiro, o Joaquim Bentinho, “caboclinho mirradinho, olhinhos vivos...”, que sempre tem um caso a contar, uma mentira engatilhada”, razão de ser chamado Queima-Campo, um exímio contador de potocas...
Rolando Boldrim declama Cornélio Pires - Sr Brasil 30/06/2011
                              http://youtu.be/CujR4_gQd38
Nesse livro, Sambas e Cateretês, Cornélio Pires dividiu em seções: Moda de Viola; os Violeiros e seus Gêneros de Modas..; Modas Catireiras; Modas Diversas. Esse livro reeditado por Ottoni em 2004, teve sua 1ª edição em 1932. Então, começou a recolher as “modas”, lá por 1907, conforme registrei no meu livro “Turma Caipira Cornélio Pires”, três anos antes de publicar MUSA CAIPIRA, agora devidamente comprovada neste estudo, no centenário do livro. Pois ele diz no prefácio:
“Há 25 anos, iniciei a colheita de versos rústicos, “inventados” pelos nossos caipiras para os seus fandangos, “funções”, cateretês, sambas, canas-verdes e cururus. Reúno hoje em volume esses versos e outros colhidos depois, conservando-lhes as corruptelas, brasileirismos, regionalismos, defeitos de rimas e, muitas vezes, má metrificação, para não lhes tirar o sabor especial e a cor local”.
                                                                Poesia Dialetal
Conforme a observação, o livro "Musa Caipira" traz alguns poemas em “dialeto paulista”, ou, como o autor quis dizer, em linguagem caipira, pois Cornélio Pires foi o mais autêntico cultor da poesia dialetal do homem da roça. Entre os poemas, está o seu clássico da literatura regionalista,
                                                      IDEAL DE CABOCLO:
Aí, seu moço, eu só queria
pra minha filicidade
um bão fandango por dia,
e um pala de qualidade.
Pórva, espingarda e cutia,
um facão fala-verdade
e ua viola de harmunia
pra chorá minha sódade.
Um rancho na bêra d’agua,
vara anzó, poça mágoa,
pinga boa e bão café...
Fumo forte de sobejo...
pra compretá meu desejo,cavalo bão – e muié!
              http://www.recantocaipira.com.br/cornelio_pires_100_anos_musa_caipira.html
2010 – 100 Anos de “MUSA CAIPIRA” - O Primeiro Livro de Cornélio Pires
Por Israel Lopes (escritor.israellopes@bol.com.br)
http://www.recantocaipira.com.br/
A obra de Cornélio Pires Dicionário do Caipira

A descrição do caipira feita por Cornélio Pires
Um Resumo Biográfico de Cornélio Pires - Ricardinho
google
Sarau Literário Piracicabano convida você para o Sarau do Carnaval- Sarau da Alegria

Sarau do dia 14 de Fevereiro no Salão Nobre da Biblioteca Municipal de Piracicaba a partir das 19h30 vai fazer homenagens para : O compositor Ary Barroso referência na música brasileira e Funcionários da Biblioteca Pública Municipal de Piracicaba.
                   Tema do Sarau: Sempre é carnaval! Sempre é Alegria!
Atenciosamente;
CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino
                                       Prédio novo da Biblioteca Municipal de Piracicaba

Um comentário:

  1. Amiga Ana Marly

    Li, com todo o carinho a Agenda Cultural Piracicabana, e te agradeço de todo o coração por ter publicado essa linda homenagem ao meu trabalho, como pesquisador da cultura caipira. Naquela outra homenagem, que publicaste em março de 2011 saiu uma cartinha de um idealista, igual a nós, cujo nome anotei, mas não está aqui a anotação, onde ele disse que foi excelente a minha colaboração, o que me deixou muito gratificado.
    Ontem, eu recebi a tese de Mestrado da Historiadora Lays Matias Mazoti, do Paraná, sobre a dupla ALVARENGA E RANCHINHO e nos agradecimentos, incluiu o meu nome e me chama de colega pesquisador da música caipira. Pois colaborei muito com ela. No corpo do trabalho, citou o meu livro sobre a Turma Caipira, na parte sobre os primeiros discos gravados por Cornélio Pires.
    Encontrei na Internet, que o jornal A TRIBUNA PIRACICABANA no dia 2/2 publicou um comentário sobre o LIVRO Sorocabinha e me cita, o que também me deixou muito contente. Pois no livro da Maria Immaculada, tem a minha Opinião na contracapa. Só que não consegui ler o texto, pois as letrinhas do jornal são pequeníssimas, na Internt.
    Minha amiga, mais uma vez meu muito obrigado!

    Abraços

    Israel Lopes

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