sábado, 20 de agosto de 2011

Decio Pignatari e sua literatura concreta! Hoje, é seu aniversário.

"Conheci Décio Pignatari em uma das suas palestras sobre arte, poesia, política e literatura, então, percebi o motivo dele ser considerado polêmico; ideias fortes, uma lingua ferina,  em uma das palestras disse:"O Brasil nunca teve escritor  de cunho universal!" Nas suas palestras notei Décio, incrédulo e irônico, sempre! Décio marca presença na história da literatura brasileira junto com  os irmãos Augusto e Haroldo de Campos, tornou-se um dos principais idealizadores da poesia concreta.""
                                            Ana Marly de Oliveira Jacobino
Décio Pignatari nasceu Jundiaí (cidade próxima a capital São Paulo) em 20/8/1927 . É publicitário, teórico da comunicação e escritor.
Estudou direito na Universidade de São Paulo (USP) nos anos 1940. Mas, foi como professor universitário que Décio fez o seu nome. Brilhate tinha legiões de alunos a espera de suas aulas, sempre concorridas. Deixou  a carreira de Direito e a Publicitária (diga-se de passagem também brilhante) para se entregar ao Magistério.
Criou ao ao lado dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, a poesia concreta, lançada em 1956.
Em "beba coca cola", Pignatari parte de um slogan de propaganda  de uma bebida famosa e faz uma desconstrução e reconstrução das palavras, que vão terminar em "cloaca". A intenção é a de fazer uma paródia crítica como um anticomercial.
                 Entre no endereço abaixo e curta o Beba coca Cola:
                             http://t.co/kf02Bem


Décio Pignatari foi um dos primeiros a realizar  estudos sobre a Semiótica Peirceana no Brasil, despertando em vários alunos grande vontade de aprender o assunto, tratado tãobem em aula, comoele fazia com tudo. Seus estudos de Semiótica e Literatura, Semiótica e as Artes, são excelentes modelos de abordagem, abordagem esta que valoriza sempre o objeto de estudo. Essa mesma Semiótica acabaria sendo um dos traços  obra de Décio Pignatari envereda pela semiótica pura. Não tem palavras, nem texto. São sinais — em alguns casos figuras geométricas ou desenhos — articulados para criar uma semântica específica para o poema.


Poema "Terra" de 1956 o poeta se aproxima do debate sobre a questão fundiária — um item obrigatório nos anos 50 e 60. Neste poema, ele trabalha com uma série de palavras ou expressões sugeridas pela palavra nuclear, terra, e pelo contexto da discussão. Então, ali se encontram trechos como ter a terra, arar a terra, rara terra, terra a terra. Visualmente, o poema se desenha como a representação aérea de um campo agricultado. Se quiser voar livremente, também se pode dizer que as letras T, de terra, na fonte escolhida pelo poeta, lembram cruzes — as mortes registradas (até hoje) na luta pela terra.
                   Mais um pouco de concretismo:
                  http://youtu.be/qQpK1GBnGiU
Décio nestes seus 80 anos enriqueceu a Literatura Brasileira e fez ainda mais ao ser co-autor da poesia concreta esta que é o primeiro estilo literário a surgir, se não antes, pelo menos ao mesmo tempo no Brasil e no resto do mundo.
            O poema dedicado à página de janeiro/fevereiro num calendário idealizado por Décio Pignatari para a empresa Philips no ano de 1980 interageo trabalho do poeta com o do publicitário. Décio  é sempre lembrado como o criador da marca "Lubrax", entre outras grandes idéias no plano da propaganda comercial.
                          JANEIRO/FEVEREIRO
                                  Calendário Philips 1980
Nem só a cav
idade da boca
Nem só a língua
Nem só os dentes
e os lábios
fazem a língua
Ouça
as mãos
tecendo a língua
e sua linguagem
É a língua
têxtil
O texto
que sai das
mãos
sem palavras

CAMPOS, Augusto de et alii (2006). Teoria da Poesia Concreta: textos críticos e manifestos 1950-1960. Cotia-SP: Ateliê.
FAUSTINO, Mário (1977). Poesia-Experiência. São Paulo: Perspectiva, 1977 ("Debates", 136).

PIGNATARI, Décio (1971). Contracomunicação. São Paulo: Perspectiva ("Debates", 44).
Décio Pignatari

In Poesia Pois É Poesia e Poetc. Editora Brasiliense, São Paulo, 1986

"Ao Décio Pignatari por toda a sua genialidade, nós do Sarau Literário Piracicabano e da Agenda Cultural Piracicabana outorgamos a "Rosa Púrpura" em pról da Literatura e do concretismo brasileiro"
                                                          Convite do Sarau Literário Piracicabano
Raquel de Queiróz, a Dama da ficção social nordestina convida para o "Sarau das Flores" que vai acontecer no dia 13 de Setembro (19h30)no Teatro Municipal de Piracicaba na sala 2.
Convidada local homenageada será a escritora  piracicabana de textos e poemas fortes (muitos deles de  cunho social): Dirce Ramos de Lima.
 
As músicas entoando a estação das flores estará com o Conjunto Caleidoscópio.
               "O Sarau mais charmoso da cidade”
                          Teatro Municipal Drº Losso Netto em Piracicaba
                                               Venha ouvir Poesia, Música, Teatro...
          Entrada Franca (lotação 100 lugares retirar na bilheteria do Teatro Municipal).
fotos google e Ivana Altafin

2 comentários:

  1. Que linda homenagem ,Ana Marly! Adorei vê-lo aqui! um beijo, pedindo desculpa da ausência, mas correndo muiiiito com minha mãe doente!beijos,chica

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  2. Querida Chica força e saúde para a sua mamãe que ela se restabeleça logo. Um grande beijo no seu coração desta CaipiracicabANA Marly de Oliveira Jacobino

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