quarta-feira, 22 de junho de 2011

Arte; como um todo faz emocioanr e vibrar...Agend@!

"Transloucado é o "Homem" que não se encontra nas vias doadas pela Arte!" Ana Marly de OLiveira Jacobino
Sarau Literário Piracicabano(Sarau Cantigas da Infância) de  14 de Junho de 2011_ Parte 3
 Envolva-se com as cantigas junto ao Conjunto Caleidoscópio: Carlos Roberto Furlan (violão e voz) e Suzi Furlan (voz); Lívia na percussão, Bene (voz):      http://youtu.be/2fsFNU7Np-s

                                                          Marcha Soldado
Marcha Soldado
Cabeça de Papel
Se não marchar direito
Vai preso pro quartel
O quartel pegou fogo
A polícia deu sinal
Acuda acuda acuda
A bandeira nacional
               O Sarau do Castelo (Castelo Sol-Lá-Si) _ Eunice Zen Verdi

No castelo Sol-Lá-Si
A vida é tão divertida...
Imaginem vocês...
Aqui tudo vira festa
Agora tem até artistas;
músicos, escritores
poetas, dançarinos...
palhaços...e até cantores...
Aos domingos, que beleza!
O castelo vira palco
Nesse encontro...que alegria!
O assunto é poesia...
mas, a parte mais gostosa
é a merenda apetitosa,
da querida Ana Marly.
Ela traz muitos quitutes,
Feitos com muito esmero,
Tem sucos deliciosos.
Parecem poções mágicas!
Tem os chás quentinhos...
Verdadeira alquimia!
Que tornam o ambiente
Em suave sintonia!
No castelo Sol-Lá-Si
A vida é só alegria.

          Árvore Centenária__Elda Nympha Cobra Silveira
Na campina entre árvores amigas vivia uma árvore centenária. Durante anos, rodeada das companheiras amigas, lamentava terem sido elas abatidas e levadas para as serrarias. Não sabia nem a razão por que havia sido poupada. Restara ela, como um monumento naquela planície, bafejada pelos raios do sol, que lhe servia como pano de fundo. Com seu ar majestático aquela árvore centenária sentia, ao mesmo tempo, vaidade e orgulho de sua idade. Na verdade esses sentimentos tinham uma razão: ela era a remanescente de uma floresta.
Certo dia ficou preocupada quando, de repente, o céu foi se tornando carrancudo e um forte vento veio levantando poeira das clareiras e arrancando folhas de onde elas estivessem. Como uma árvore frondosa e centenária conhecia a natureza e, logicamente, toda essa loucura que o vento costumava fazer, espantando os animais, que corriam desabaladamente, com as crinas soltas ao vento.
O vento sacudia aqueles galhos que vergavam como caniços, as folhas aturdidas eram levadas para longe deixando a vetusta árvore, em pouco tempo, com espaços desnudos no meio de sua copa densa. Mesmo que seu tronco fosse grosso e forte, estava em perigo. Tanto, que a árvore centenária foi atingida por um raio e parte da sua copa veio ao chão. Uma seiva grossa começou a escorrer daquele tronco e nas chagas abertas um frio cortante penetrava, fazendo congelar aquela substância que fluía pelo seu corpo vegetal. Um cheiro de madeira queimada e de fumaça exalava pelos ares soturnos e enegrecidos. A vetusta árvore não sabia bem se o que escorria pelo seu tronco era sangue ou lágrimas.
Será que acabaria assim a sua vida naquela campina, onde poucas árvores ainda sobreviviam ameaçadas pelo machado ou pela motosserra? Como um baluarte de sobrevivência, a árvore centenária fora poupada muitas vezes porque ainda existiam compaixão e senso de valores na humanidade. E foi dessa maneira inexorável que a árvore centenária tombou, caindo pela força de um raio e não pela mão do homem. Mesmo que não tivesse mais serventia nem como madeira, talvez como carvão, caia sabendo que sua vida não fora em vão. Abrigara os pássaros, fizera sombra amiga, melhorara os ares com seu aroma, produzira sementes que frutificaram, e até era ainda bem visível no seu tronco um coração com dois nomes entrelaçados, entalhado a canivete. Além de tudo, portanto, dera e recebera amor...
                                 Identidade_ Luzia Stocco

De repente o retângulo ficou quadrado
e quadrada a vida é
Com pesos e medidas
a triangular a fé!
Dou um jeito no losango
Abraço o circular.
Afasto aquele com um pontapé
e no círculo eu ponho fé!
Quando me vejo desconhecida
de mim mesma, perdida
Reclamo da confusão
por mim estabelecida!
Com quatro cantos, quadrada
serei eu ou a vida?!
Arredondando as minhas crises
encontro uma saída
nas minhas raízes!


                       Governador 486_ Terezinha Sbrissa
Passado que habita meus sonhos; caminho em teu solo e me sinto de pés grandes, enraizados pelos ancestrais que se foram e pela vida que levam tantos entes queridos.
Em contemplação vejo passar a Lícia, Urgano, Sr. Aquilino, D.Mirtes Pacheco, o Renan, A Cora, a Juveni, Madalena, D.Laurinda, o Bispo D.Ernesto de Paula. Lembro-me de um dia, minha mãe foi ao cinema com a tia Vera e ficamos as crianças, sozinhas em casa. Certa hora bateu o medo e corremos para a casa do bispo, que morava na casa da esquina e nos acolheu com carinho.
Naquele quarteirão quadrado moravam meus tios, avó, primos e muitos vizinhos queridos. Faziam parte da família. Éramos tão unidos. No meio disto tudo ficava a fábrica, que no final do expediente virava um salão de festas ou um palco de teatro onde muitas crianças inventavam seus próprios jogos. Criação coletiva onde o futuro refletia-se no brilho dos nossos olhos.
Na outra quadra morava Walterly, amiga tão próxima que arrastei até os dias de hoje. Cedinho eu passava pela casa dela, onde quase sempre tomava uma gemada batida com leite em pó, que o pai preparava ao som do jornal da manhã da rádio Bandeirantes. Seguíamos a pé pela Governador, depois Rua Santo Antonio, Praça José Bonifácio, Rua Boa Morte e chegávamos ao colégio Piracicabano ,depois de dez quarteirões de papo. Sabíamos as chapas do carro dos pais dos nossos fãnzinhos e a conversa era sempre sobre eles. Na volta ela me acompanhava até a minha casa e dizia: agora você vai comigo até a minha e, assim ficávamos indo e vindo até acabar toda conversa.
Seu pai, Dr Walter Accorsi, nos levava a bailes, acompanhava em muitos eventos. Foi um pai carinhoso e presente
Diante dos escombros de todo o quarteirão onde morou minha grande família, Walterly me disse um dia: Vocês não tinham o direito de fazer o que fizeram com as minhas memórias.
Volto às raízes e me sinto mais forte. Venço os medos, faço perguntas, resignifico episódios. Torço a curva da vida e a dirijo. Recolho pedaços esparramados e busco a organização possível
Sei que neste meu caminho não haverá volta, mas nas voltas da vida, guardarei sempre um olhar agradecido àquela colina, que me deu na infância e adolescência abrigo.
E como diz Lya Luft: “Toda noite espreito os velhos quartos para ver se as memórias dormem direito. Moro nelas quando lembro”
Ria com a interpretação Especial de: Benedita (Bêne) Giangrossi _ Palhaça Xoanet e Lívia Foltan Spada. _ Palhaça Xarlet; clicando em:
                  http://youtu.be/U8SGAdaMj44

Cante as mais belas  cantigas junto ao Conjunto Caleidoscópio: Carlos Roberto Furlan (violão e voz) e Suzi Furlan (voz); Lívia na percussão, Bene (voz):     
                                     http://youtu.be/gs38CNiRlsg
Convite:
SESI Piracicaba apresenta

           HILDA HILST – O ESPIRÍTO DA COISA _ No monólogo, a criatividade de Hilda Hilst é personificada e incumbida  de apresentar os mundos pessoal e imaginário da escritora. Ganhadora do Prêmio APCA, na categoria de melhor atriz, a peça será encenada nos  dias 23 e 24 de Junho as 20h. A entrada é franca.
Local: SESI Piracicaba – Avenida Luiz Ralph Benati, 600 - Industrial

Data e horários: dias 23/6 quinta e 24/06 sexta às 20h.
Entrada: Franca – os ingressos serão distribuídos uma hora antes de cada apresentação.
Capacidade: 300 lugares
Gênero: drama
Duração: 85 minutos
Recomendação etária: Não recomendado para menores de 16 anos.
Informações: (19) 3403-5928


fotos: google e Ana Marly

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