sexta-feira, 10 de junho de 2011

10 de Junho: Camões e a Lingua Portuguesa!

"Ouvir os mares tranquilos do lado de cá do Atlântico, e, o seu marulhar constante, a chorar uma saudade dolorida do amante sofrido pela partida da sua namorada, a "Ùltima flor do láscio, inculta e bela!"   Ana Marly de Oliveira Jacobino 

O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é pois um tributo à data do falecimento de Luís Vaz de Camões em 1580, é utilizada para relembrar os feitos passados do povo lusitano E também os milhões de Portugueses que vivem fora do seu país natal.

      Fidalgo pobre, de família arruinada, tem uma infância cheia de privações. O pai, Simão Vaz de Camões, deixa filho e esposa, em busca de riquezas nas Índias. Morre em Goa. A família desamparada. O menino Luís Vaz assiste ao novo casamento da mãe. Um estranho ocupa o lugar do falecido.
      No ano de 1552 no dia de Corpus Christi no Largo do Rossio dois mascarados lutam com Gaspar Borges, funcionário da Cavalariça Real. Luís de Camões aproxima-se, reconhece os mascarados, são amigos seus. Não hesita, mete a mão no bolso e parte para a rixa. Faca em punho, movimento nervoso, cutilada no pescoço do adversário. 
      A noite acaba em sangue. Camões é preso e levado para a cadeia do Tronco.
A mãe, Dona Ana de Macedo, chora a prisão do filho. Vive em súplica de perdão para Luís: visita ministros reais e o próprio Borges. Passados nove meses a vítima, já restabelecida do ferimento, resolve atender ao pedido.
      É dia de alguma liberdade para Camões. O poeta deixa as masmorras sob duas condições: primeiro tem de pagar multa de 4 mil réis ao esmoler d’El-Rei; depois, embarcar para a Índia e servir por três anos na milícia do Oriente.
      Em Março de 1553 o poeta parte para Goa na São Bento, nau incorporada à frota comandada pelo capitão Fernão Álvares Cabral. É soldado raso. Chega à capital da Índia portuguesa seis meses depois.
                                            O poeta escreve sobre o que vê:

"(...) Cá, onde o mal se afina e o bem se dana,
E pode mais que a honra a tirania;
Cá, onde a errada e cega monarquia
Cuida que um nome vão a Deus engana;
(...) Cá neste escuro caos de confusão,
Cumprindo o curso estou da natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!"
            As origens do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades na perspectiva de Conceição Meireles, especialista em História Contemporânea de Portugal
            Fim do estágio obrigatório na milícia do Oriente. Camões é nomeado provedor-mor em Macau, entreposto comercial de portugueses na China. É encarregado de arrolar e administrar provisoriamente os bens de pessoas falecidas ou desaparecidas. Lá, descobre uma estreita gruta, refúgio. Passa horas a escrever, Os Lusíadas: a viagem épica de Vasco da Gama e, no extremo sul da África, o gigante Adamastor a tentar impedir o avanço dos nautas portugueses:

         «Eu sou aquele oculto e grande Cabo
           A quem vós chamais de Tormentório.»
         Heróis trágico-marítimos; deuses mitológicos, paixões, intrigas, batalhas, aventuras e cobiças. Histórias de um minúsculo Portugal em expansão, «mais do que prometia a força humana»...
          Não tarda e é acusado, por compatriotas, de apropriação de dinheiro alheio. Camões tem de ir a Goa para responder a inquérito judicial.
          No regresso, o susto, o naufrágio. Está na Costa de Camboja, próximo do Rio Mecom. Camões salta do barco. Os Lusíadas colados ao corpo. Braçadas. Mais braçadas. Turbilhão de água, escassez de ar. Camões nada, incansavelmente. Terra firme. Ainda não perdeu os sentidos. Sabe que está vivo. Olhar de soslaio, o manuscrito está salvo. Já pode desmaiar. O corpo a transpirar, ardência, febre. A infância, paixões e conflitos, lampejos. Mazelas
                                    Alegoria da Deusa da Fortuna
O seu corpo é sepultado num canto qualquer da banda de fora do cemitério do Convento de Santana. E ainda assim graças à Companhia dos Cortesãos, que paga as despesas do funeral. Segundo os amigos mais próximos, os últimos anos de Camões são vividos na mais absoluta miséria. À mãe deixa apenas a tença que lhe foi atribuída e a ela transferida.

Depois da sua morte cresce o interesse pelos seus poemas.
O tempo passa, estudiosos de vários pontos do mundo debruçam-se sobre a sua vida e obra. É elevado a herói nacional. O poeta ainda vivo, apesar do seu fado. Vivo pelo seu amor à Pátria, pela epopeia, pel’Os Lusíadas. Vivo pela sua angústia existencial, pela sua lírica: a mulher como anjo, porém a carne; a razão, porém o desejo; as ideias, porém o dia-a-dia; o espírito, porém o corpo. Luís Vaz dilacerado, violência:

## "Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que para mim bastava amor somente.
##Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.
##Errei todo o discurso dos meus anos;
Dei causa a que a fortuna castigasse
As minhas mais fundadas esperanças.
##De amor não vi se não breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!"                     "Rimas", 1668
                     foto google de Olavo Bilac          
Dia 10 de junho é o Dia da Língua Portuguesa _ Com mais de 260 milhões de falantes, a língua portuguesa é, como língua nativa, a quinta língua mais falada no mundo, a mais falada no hemisfério sul, a terceira mais falada no mundo ocidental e das que usam o alfabeto latino. Além de Portugal, é oficial em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, desde 13 de julho de 2007, na Guiné Equatorial, sendo também falada nos antigos territórios da Índia Portuguesa e em pequenas comunidades que faziam parte do Império Português na Ásia como Malaca, na Malásia e na África Oriental como Zanzibar, na Tanzânia.

             Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo influenciado por vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio conhecido atualmente. Deve-se considerar, porém, que o português de hoje compreende vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos internacionalmente (português brasileiro e português europeu). No momento atual, o português é a única língua do mundo ocidental falada por mais de cem milhões de pessoas com duas ortografias oficiais.   
         Língua portuguesa_ Olavo Bilac          
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
##Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
##Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
##em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
                            ##Última flor do Lácio, inculta e bela
Esse verso é usado para designar o nosso idioma: a última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim. O termo inculta fica por conta de todos aqueles que a maltratam (falando e escrevendo errado), mas que continua a ser bela.
,"Poesias", Livraria Francisco Alves - Rio de Janeiro, 1964
                                                        Convites e Novidades:
Sete anos de Sarau Literário Piracicabano _CANTIGAS NA POESIA

Dia 14 de Junho (terça) - Às 19h30

         O Sarau mais charmoso da cidade”
               Teatro Municipal Drº Losso Netto em Piracicaba
                           Venha ouvir Poesia, Música, Teatro...
                                 Homenageados:
##Compositores Anônimos que embalam a nossa vida com sua Cantigas Folclóricas e Cantigas de Ninar... e a Escritora e Poeta Carla Ceres

     A homenageada do Mês de Junho do Sarau a escritora e Poeta Carlas Ceres
                                                                Herança de Poeta

O escritor, poeta, músico André Bueno Oliveira  e seu livro Herança de Poeta
                                 HERANÇA DE POETA
Ser um poeta: acaso do destino!
Cantar em versos ilusões sem nexo,
ser água e fogo e côncavo e convexo,
juiz prudente, mas também sem tino.
##Achar insípido um amor sem sexo
e vislumbrá-lo, por si só, divino;
sorrir à morte um riso de menino,
para adiar o seu fatal amplexo.
##Que tolo! Sou artífice de idílios!
Que herança irei deixar para meus filhos?
Que herança deixarei para meus netos?
##A honestidade – arauto dos meus lemas,
o amor à Vida, a fé, os meus poemas,
mais a saudade dos milhões de afetos!
A ONG Viralata Viravida está vendendo sacolinhas ecológicas com poemas a fim de angariar fundos para a manutenção dos cães com ração. As sacolas terão poemas de Carmen Pilotto, Ana Marly de Oliveira Jacobino e Ivana Negri

                                       Já estão à venda!
Use sempre sacola retornável o futuro do planeta está em suas mãos!
Você pode adquirir camisetas e produtos da ONG. Toda renda é revertida para a compra de ração e medicamento para os animais e na manutenção da estrutura do abrigo. Informações e compra dos produtos
viralataviravida@hotmail.com
                                   Olá Amigos: Faço o  convite para a Arte na praça:  
2ª Feira de Artes acontece dia 12 de junho na Biblioteca Pública Municipal “Ricardo Ferraz de Arruda Pinto”, com o apoio da Associação Piracicabana dos Artistas Plásticos (APAP), realiza a 2ª Feira de Artes, neste domingo dia 12 de junho, das 9h às 13h, na Praça Cacilda Cavaggioni, ao lado da nova Biblioteca.
Estaremos lá com um Varal Literário (trabalhos enviados para o Caderno do Sarau de 14 de Junho em que fiz um trabalho de montagem com figuras em branco e preto) em parceria com a Biblioteca Municipal. Então, vamos participar da Feira e nos ajudar na montagem. Obrigada!
                             Abraços Poéticos de Ana Marly de OLiveira Jacobino
fotos by google

Um comentário:

  1. Recebi do Caríssimo Poeta Andre Bueno por e-mail e publico aqui:
    Obrigado, Ana. Acabei de ler os poemas no Blog da Agenda Cultural.

    Muitíssimo obrigado. Gostei demais.

    Abraço,
    Bom final de semana.

    André Bueno Oliveira

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