sexta-feira, 20 de maio de 2011

Honoré de Balzac faz aniversário aqui na Agend@!

"Toda a "Comédia Humana" reflete o olhar crítico de Balsac para a realidade vivenciada por ele. Escrevia sobre as particularidades do "Homem" a partir da sua própria realidade. Leitor voraz de tudo que lhe caia as mãos, Balsac mesmo admirando o romantismo explorou no seu cotidiano, o realismo e todas as mazelas do psique humano!"          Ana Marly de Oliveira Jacobino
Honoré Balzac (Tours, departamento francês de Indre-et-Loire, 20 de maio de 1799 e faleceu em Paris, 18 de agosto de 1850) nasceu de uma família que muito se esforçou para lograr respeito. Seu pai, nascido Bernard-François Balssa, era um dos onze filhos de uma pobre família de Tarn, região do sul da França Era inicialmente um modesto funcionário. Em 1760 partiu para Paris com apenas um Louis d'or no bolso, decidido a melhorar sua posição social; em 1776 tornou-se maçon e secretário do Conselho do Rei, mudando seu nome para o de uma antiga família de nobres.
Logo que nasceu, Balzac foi enviado a uma ama de leite; no ano seguinte ele e sua irmã Laure passaram quatro anos longe de casa. era comum entre as famílias de classes média e alta o envio de bebês às amas de leite. Quando os pequenos voltaram para casa, os mantiveram friamente afastados de seus pais, o que deve ter afetado o autor profundamente: sua novela Le Lys dans la vallé de 1835 apresenta uma cruel governanta chamada Miss Caroline, baseada em sua própria babá.
           Aos oito anos Balzac foi enviado ao tradicional e rigoroso colégio oratoriano de Vendôme, onde estudou por sete anos. Seu pai, procurando transmitir a mesma aparência de trabalhador que lhe garantiu a estima da sociedade, enviava intencionalmente pouco dinheiro ao garoto, e isso o fez ser objeto de chacota entre seus colegas. O menino tinha dificuldades de adaptação ao estilo da rotina de aprendizagem da escola. Por conta disso, não raro era enviado ao "nicho", um castigo de salas reservadas a alunos desobedientes.[15] Alguns biógrafos contam que o zelador da escola, quando perguntado muitos anos mais tarde se se lembrava de Honoré quando pequeno, respondeu: "Lembrar M. Balzac? Como se esquecer? Eu tive a honra de escoltá-lo para a masmorra mais de uma centena de vezes!"[16] Ainda assim, os tempos que passava sozinho lhe propiciaram a liberdade de ler todos os livros que encontrava pela frente.

              Balzac usou essas cenas de sua infância — assim como fazia com os vários aspectos de sua vida e das vidas de quem o cercava — em La Comédie Humaine. Seu tempo em Vendôme é refletido em Louis Lambert de 1832, romance sobre um jovem garoto que estuda num colégio oratoriano em Vendôme. O narrador diz: "Devorava livros de qualquer espécie, alimentando-se indiscriminadamente de obras sobre religião, história e literatura, filosofia e física. Ele havia me dito que encontrava prazer indescritível ao ler dicionários, por falta de outros livros."
Em 1814, a família Balzac mudou-se para Paris, e Honoré foi enviado a professores particulares e escolas pelos próximos dois anos e meio. Este foi um momento infeliz de sua vida, durante o qual ele tentou o suicídio em uma ponte que fica sobre o Rio Loire.Uma vez concluídos os estudos, Balzac foi persuadido pelo pai a segui-lo no Direito; por três anos, treinou e trabalhou como estagiário no escritório de Victor Passes, amigo próximo da família. Foi durante essa época que ele começou a entender os meandros da natureza humana. Em seu romance Le Notaire, de 1840, escreve que um jovem na profissão legal vê "as rodas oleosas de cada fortuna, a disputa horrenda de herdeiros sobre corpos ainda não totalmente frios, e o coração humano às voltas com o Código Penal."
                                      Paris em meados do século XIX
O que é a Comédia Humana?
         A Comédia Humana é o título geral que dá unidade à obra de Honoré de Balzac e é composta de 89 romances, novelas e histórias curtas. Este enorme painel do século XIX foi reunido e ordenado pelo autor em três partes: “Estudos de costumes”, “Estudos analíticos” e “Estudos filosóficos”. A maior das partes, “Estudos de costumes”, com 66 títulos, subdivide-se em seis séries temáticas: Cenas da vida privada, Cenas da vida provinciana, Cenas da vida parisiense, Cenas da vida política, Cenas da vida militar e Cenas da vida rural.
          Trata-se de um monumental conjunto de histórias, considerado de forma unânime uma das mais importantes realizações da literatura mundial em todos os tempos. Cerca de 2,5 mil personagens se movimentam pelos vá­rios livros da Comédia Humana, indo e voltando, ora como pro­tagonistas, ora como coadjuvantes. Genial observador do seu t­empo, Balzac soube como ninguém captar o “es­pírito” do século XIX. A França, os franceses e a Europa no período entre a Revolução Francesa e a Restauração têm nele um pintor magnífico e preciso. Friedrich Engels, numa carta a Karl Marx, disse: “Aprendi mais em Balzac sobre a so­ciedade francesa da primeira metade do século, inclusive nos seus pormenores econômicos (por exemplo, a redistribuição da propriedade real e pessoal depois da Revolução), do que em todos os livros dos historia­do­res, economistas e estatísticos da época, todos juntos”.
         Clássicos absolutos da literatura mundial como Ilusões perdidas, Eugénie Grandet, O lírio do vale, O pai Goriot, Ferragus, Beatriz, A vendeta, Um episódio do terror, A pele de onagro, Mulher de trinta anos, A fisiologia do casamento, entre tantos outros, combinam-se com dezenas de his­tó­rias nem tão célebres, mas nem por isso menos delicio­sas ou reveladoras. Tido como o inventor do romance mo­derno, Balzac deu tal dimensão aos seus personagens que já no século XIX mereceu do crítico literário e historiador francês Hippolyte Taine a seguinte observação: “Como William Shakespeare, Balzac é o maior repositório de documentos que possuímos sobre a natureza humana”.
                                   Um realista notável:
          O uso excessivo que Balzac faz dos detalhes, especialmente os detalhes de objetos, para ilustrar a vida de suas personagens, fez com que ele fosse um dos pioneiros do realismo literário. Embora admirasse e fosse inspirado pelo estilo romântico de autores como o escocês Walter Scott, procurou em sua obra retratar a existência humana através do uso de particularidades. No prefácio da primeira edição de Scènes de la Vie privée, ele escreveu: "O autor acredita firmemente que os detalhes apenas passarão a determinar o mérito das obras…." Entre os detalhes mais comuns em Balzac estão descrições às vezes minuciosas de decorações, roupas, e posses, que ajudam a conhecer melhor as personagens. Um exemplo notável são as descrições da Pension Vauquer em Le Père Goriot, em que o papel de parede da pensão reflete a identidade interior dos seus moradores, inspirado num amigo pessoal do autor, Hyacinthe de Latouche, que tinha conhecimento sobre suspensão de papéis de parede.
        Há críticos que consideram a escrita de Balzac um notável exemplo do naturalismo como uma forma mais pessimista e analítica do realismo, que busca explicar o comportamento humano como intrinsecamente relacionado ao meio. Émile Zola declarou certa vez que Balzac era o pai da novela naturalista.
Em fevereiro de 1832, Balzac recebeu uma carta de Odessa, sem remetente e assinada apenas como "L'Étrangère" ("O Estrangeiro"), expressando tristeza pelo cinismo e o ateísmo de seu livro La Peau de Chagrin e a imagem negativa que o livro fazia das mulheres. Ele respondeu comprando um espaço nos classificados da Gazette de France, esperando que o seu crítico misterioso descobrisse a propaganda. Assim começava uma correspondência de quinze anos entre Balzac e "o objeto de seus mais doces sonhos": Ewelina Hańska.Embora tenha se casado tarde, Balzac já havia escrito dois tratados sobre o casamento: Physiologie du Mariage e Scènes de la Vie Conjugale. Ambas as obras sofreram com a falta de conhecimento de primeira mão; como dizem alguns críticos, "Cœlebs não pode falar de casamento com muita autoridade."
         Em abril, o casal recém-casado partiram para Paris. A saúde de Balzac piorou durante o percurso e Ewelina escreveu à sua filha que o marido estava "em estado de extrema fraqueza" e "suando em bicas" Chegaram na capital em 20 de maio, no quinquagésimo primeiro aniversário de Balzac.
            Balzac está enterrado no Cimetière du Père Lachaise em Paris
Cinco meses depois do casamento, em 18 de agosto, Balzac morreu. Sua mãe era a única pessoa que estava com ele quando ele faleceu; Mme. Hańska tinha ido para a cama.  Naquele dia ele fora visitado por Victor Hugo, que mais tarde serviu como acompanhante do funeral e que também se encarregou do elogio fúnebre no cemitério.
Grande Enciclopédia Larousse Cultural, Vol. 3, "Balzac", p.613. Editora Nova Cultural.
Pelanda, Ernesto e Quintana, Mário (tradutores). Balzac, Honoré de. Ilusões Perdidas. Editora Abril, 1981.
Obras de A Comédia Humana de Balzac, lista integral de todas as obras de La Comédie humaine.
                                                                    Convites
Evento: “Discutindo Literatura” com a escritora e tradutora Ruth Guimarães Botelho
Data: dia 23 de maio às 20h00.
Local: Biblioteca Pública Municipal “Ricardo Ferraz de Arruda Pinto”
Rua Saldanha Marinho, nº333 - Centro, Piracicaba - São Paulo
Maiores informações: (19) 3434-9032 / (19) 3233-3674
Evento: “Aprenda a apreciar uma obra de arte”
Data: dia 25 de maio às 15h00.
Local: Biblioteca Pública Municipal “Ricardo Ferraz de Arruda Pinto”
Rua Saldanha Marinho, nº333 - Centro, Piracicaba - São Paulo
Maiores informações: (19) 3434-9032 / (19) 3233-3674Site: http://biblioteca.piracicaba.sp.gov.br/site/
Documentário “As batidas do samba” terá sua única exibição no projeto Cinema e Literatura da Biblioteca Municipal
No próximo dia 27 de maio, às 19h30 no Anfiteatro Alceu Maynard Araújo da Biblioteca Pública Municipal, acontecerá o projeto Cinema e Literatura, organizado por Gilson Sabadin.
O evento contará com o documentário “As batidas do samba”, de Bebeto Abrantes (Panorâmica Comunicação), exibido no festival “É tudo verdade”, ocorrido em abril deste ano em São Paulo e no Rio de Janeiro e seu lançamento ocorrerá no mês de junho em São Paulo.
Venha conferir! A entrada é gratuita e esta será a única exibição do documentário em Piracicaba.
              Larissa Helena da Rocha Martins           
             Estagiária - Assessoria de Imprensa
fotos by google

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