terça-feira, 15 de março de 2011

Chiquinha Gonzaga em pleno Sarau do SéculoXXI na Agend@!

Aniversários das Escritoras e Poetas:  Ivana Marisa Altafin e Maria de Lourdes Sodero Piedade foi comemorado, após o término do Sarau Literário de ontem, com muita festa! Parabéns para as queridas Poetas Piracicabanas!
                                        Eu esperei... (Ivana Altafin)
Eu esperei tanto,
Mas tanto!
Até meia noite
Eu esperei!
Mas suas
Felicitações
Não recebi!
Um aperto no coração
Eu senti.
É o destino? Não!
É escolha. Sua ou minha?
Que diferença isso faz
Se o final é triste por
Demais?
Uma história bonita
Não termina assim,
Se o que se vive
É um afeto
Sem
Fim!

"Ouvir uma melodia composta e interpretada por uma mulher se tornou o furor nas rodas dos intelectuais no século XIX, afinal , a mulher sempre foi restrita ao seu papel de esposa e mãe: Chiquinha Gonzaga quebra todas as barreiras impostas pelo mundo patriarcal da época ao explorar toda a intelectualidade e se tornar pioneira na música brasileira"              Ana Marly de Oliveira Jacobino
Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga naseu no Rio de Janeiro em 17 de outubro de 1847 e faleceu em  28 de fevereiro de 1935) foi uma compositora, pianista e regente brasileira. Foi a primeira chorona, primeira pianista de choro, autora da primeira marcha carnavalesca (Ô Abre Alas, 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. No Passeio Público do Rio de Janeiro, há uma escultura em sua homenagem, obra do escultor Honório Peçanha.
               Era filha de José Basileu Gonzaga, general do Exército Imperial Brasileiro e de Rosa Maria Neves de Lima, uma mulata muito humilde, com quem, apesar de opiniões contrárias da família, casou-se após o nascimento da menina Francisca. Chiquinha Gonzaga foi educada numa família de pretensões aristocráticas (seu padrinho era Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias).
            Ela conviveu bastante com a rígida família do seu pai. Fez seus estudos normais com o Cônego Trindade, um dos melhores professores da época, e musicais com o Maestro Lobo, um fenômeno da música. Desde cedo, frequentava rodas de lundu, umbigada e outros ritmos oriundos da África, pois nesses encontros buscava sua identificação musical com os ritmos populares que vinham das rodas dos escravos.
                           O bonde e os passageiros em meados do século XIX
Chiquinha Gonzaga Inicia, aos 11 anos, sua carreira de compositora com uma música natalina, Canção dos Pastores. Aos 16 anos, por imposição da família do pai, casou-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Imperial brasileira e logo engravidou. Não suportando a reclusão do navio onde o marido servia, (já que ele passava mais tempo trabalhando no navio do que com ela) e as ordens para que não se envolvesse com a música, além das humilhações que sofria e o descaso dele com seu sonho, Chiquinha, após anos de casada, separou-se, o que foi um escândalo na época.
     Leva consigo somente o filho mais velho, João Gualberto. O marido, no entanto, não permitiu que Chiquinha cuidasse ds filhos mais novos: Sua outra filha, Maria do Patrocínio e do filho, o menino Hilário, ambos frutos daquele matrimônio. Ela lutou muito para ter os 3 filhos juntos, mas foi em vão. Sofreu muito com a separação obrigatória dos 2 filhos imposta pelo marido e pela sociedade preconceituosa daquela época, que impunha duras punições à mulher que se separava do marido

              Anos depois, em 1867, reencontrou seu grande amor do passado, um namorado de juventude, o engenheiro João Batista de Carvalho, com quem teve uma filha: Alice Maria. Viveu muitos anos com ele, mas Chiquinha não aceitava suas traições. Separa-se dele, e mais uma vez perde uma filha. João Batista não deixou que Chiquinha criasse Alice, ficando com a guarda da filha. Apesar disso tudo, Chiquinha foi muito presente na vida de todos os seus 4 filhos, mesmo só criando 1 deles. Ela sempre estava acompanhando a vida deles e tendo contato.
Ela, então, passa a viver como musicista independente, tocando piano em lojas de instrumentos musicais. Deu aulas de piano para sustentar o filho João Gualberto e mantê-lo junto de si, sofrendo preconceito por criar seu filho sozinha. Passando a dedicar-se inteiramente a música, onde obteve grande sucesso, sua carreira aumentou e ela ficou muito famosa, tornando-se também compositora de polcas, valsas, tangos e cançonetas. Antes, porém, uniu-se a um grupo de músicos de choro, que incluía ainda o compositor Joaquim Antônio da Silva Callado, apresentando-se em festas.
                                         Ô Abre Alas-Chiquinha Gonzaga

Ô Abre Alas,
Que eu quero passar (2 X)
Eu sou da Lira,
Não posso negar (2 X)
Ô Abre Alas,
Que eu quero passar (2 X)
Rosas de Ouro é quem vai ganhar (2 X)
                                       Ouça nas vozes das musas do rádio:
         http://www.youtube.com/watch?v=7eCrMNfIvfE
Aos 52 anos, após muitas décadas sozinha, mas vivendo feliz com os filhos e a música, conheceu João Batista Fernandes Lage, um jovem cheio de vida e talentoso aprendiz de musicista, por quem se apaixonou. Ele também se apaixonou perdidamente por essa mulher madura que tinha muito a ensinar-lhe sobre música e sobre a vida. A diferença de idade era muito grande e causaria mais preconceito e sofrimento na vida de Chiquinha, caso alguém soubesse do namoro. Ela tinha 52 anos e João Batista, apenas 16. Temendo o preconceito, faz que ela fingisse que o adotou como filho, para viver esse grande amor. Esta decisão foi tomada para evitar escândalos em respeito aos seus filhos e à relação de amor pura que mantinha com João Batista, da qual pouquíssimas pessoas na época entenderiam, além de afetar sua brilhante carreira. Por essa razão também, Chiquinha e João Batista Lage, ou Joãozinho, como carinhosamente o chamava, mudaram-se para Lisboa, em Portugal, e foram viver felizes morando juntos por alguns anos longe do falatório da gente do Rio de Janeiro. Os filhos de Chiquinha, no começo, não aceitaram o romance da mãe, mas depois viram com naturalidade. Fernandes Lage aprendeu muito com Chiquinha sobre a música e a vida. Eles retornaram ao Brasil sem levantar suspeitas nenhuma de viverem como marido e mulher. Chiquinha nunca assumiu de fato seu romance, tendo sido descoberto após a sua morte, através de cartas e fotos do casal. Ela morreu ao lado de João Batista Lage, seu grande amigo, parceiro e fiel companheiro, seu grande amor, em 1935, quando começava o Carnaval.
    DINIZ, Edinha. Chiquinha Gonzaga: uma história de vida (11a. ed.). Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2005. 352p.
    MUGNAINI Jr., Ayrton. A jovem Chiquinha Gonzaga. São Paulo: Nova Alexandria, 2005.
Movida a paixões
A compositora Chiquinha Gonzaga escandalizou a sociedade ao desistir do casamento, abraçar a abolição, lutar pela República e viver do próprio trabalho
Chiquinha Gonzaga rompeu padrões em nome de suas paixões: pela música, por desejar mais de sua condição do que a sociedade esperava de uma mulher, por seus amores proibidos. Foi renegada pela família, mas viveu intensamente a vida.
                                                    Luta Social
            O pioneirismo de Chiquinha Gonzaga extrapolou o âmbito musical e pessoal e rendeu muitas histórias. "Ela se envolveu em todas as causas sociais de seu tempo, como a abolição da escravatura e a proclamação da República", declara Edinha. O compositor e ator Mario Lago, em entrevista ao documentário de Guilherme Fontes, conta que chegou a conhecer Chiquinha e ressalta seu lado participativo. "Ela foi pioneira em estimular a participação do artista na política", afirma. Em 1911, a compositora se envolveu em uma nova causa, a defesa dos direitos autorais.
Ela foi despertada para o tema depois de encontrar partituras suas sendo vendidas sem crédito em Berlim e perceber que quem realmente lucrava com os espetáculos eram os empresários e não os artistas. Em 1917, é então fundada a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (Sbat). "Chiquinha foi sua idealizadora e primeira associada", garante a biógrafa. O episódio envolvendo o maxixe Corta Jaca também ilustra o tipo de reação que a figura e a música de Chiquinha eram capazes de provocar. Segundo Edinha, em 1914, a então primeira-dama da República, Nair de Tefé, esposa do marechal Hermes da Fonseca, resolveu incluir a composição na programação de uma recepção no Palácio do Catete, sede do governo federal.
                    Lua Branca Composição: Chiquinha Gonzaga
Ó, lua branca de fulgores e de encanto
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo
Vem tirar dos olhos meus o pranto
Ai, vem matar essa paixão que anda . comigo
Ai, por quem és, desce do céu, ó, lua branca
Essa amargura do meu peito, ó, vem, arranca
Dá-me o luar de tua compaixão
Ó, vem, por Deus, iluminar meu coração
E quantas vezes lá no céu me aparecias
A brilhar em noite calma e constelada
E em tua luz então me surpreendias
Ajoelhado junto aos pés da minha amada
E ela a chorar, a soluçar, cheia de pejo
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo
Ela partiu, me abandonou assim
Ó, lua branca, por quem és, tem dó de mim.

Clique no endereço e ouça a bela composição de Chiquinha Gonzaga:
http://www.youtube.com/watch?v=3iaXBasv9yw                                                                        Convite:
NA SEGUNDA APRESENTAÇÃO DO ANO DE 2011 o Sarau Literário Piracicabano faz uma dupla homenagem:
                    BIBLIOTECA MUNICIPAL RICARDO FERRAZ DE ARRUDA PINTO
                         e
                                    CHIQUINHA GONZAGA

Terça-Feira
Dia 15 de MARÇO
Às 19:30 horas
Com a participação do REGIONAL DO SARAU LITERÁRIO PIRACICABANO e do Conjunto CHORO DE SAIA
         Aberto a todos que queiram participar
Entrada Franca
Local:
         Salão Nobre da Biblioteca
                                                                 fotos by Google

5 comentários:

  1. Recebi do escritor gaúcho Israel Lopes que fez uma pesquisa extensa sobre Cornélio Pires:

    "Caríssima Amiga Ana Marly

    Parabéns pelo sucesso do Sarau, ontem à noite. Como é bom ter pessoas iguais a você que se interessam pela cultura, divulgando a música, a poesia e o teatro. Obrigado por essa divulgação ao trabalho sobre o Cornélio Pires. Está, desde já, autorizada a escrever o que quiser do meu trabalho sobre a biografia do nosso grande autor tietense. Será um grande prazer.
    Um abração!

    Israel

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  2. Ana,

    O Sarau mais uma vez foi maravilhoso! Parabéns a você e a todos que fizeram dessa noite um espetáculo para os olhos e para a alma. O café depois do Sarau também foi um momento muito especial. Obrigada pelo bolo, me pegou de surpresa, mas que delícia de surpresa!rss
    Um abraço!

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  3. cara Amiga Ivana; o maior remédio para a alma é viver uma noite como a que vivenciamos ontem, Festa Lítero-Musical culminou no encontro para um café para comemorarmos o seu aniversário e da querida amiga Lurdinha. Beijos Poéticos

    Ana Marly de Oliveira Jacobino

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  4. VIVA as MULHERES!!!
    Sou Filho de UMA!!!
    VIVA!!!

    Paz e Luz para TODAS.

    Abraço, Edson

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  5. Parabéns, Marly, pela seriedade e humor presentes em seu trabalho no Sarau. Foi uma noite agradável, as músicas invadiram meu ser com uma fragrância de ligeira nostalgia e prazer.

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