terça-feira, 2 de novembro de 2010

A morte na poesia...na Agend@!

foto:google
                                            Annabel Lee (Edgar Allan Poe)

(...) E os anjos, menos felizes no céu,

Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.

foto: jpg - 1.bp.blogspot.com/_mXn6WUW8hlk/Sy07mwkO1_I/AA

A minha Morte (Florbela Espanca em [Esparsos de Florbela]


Eu quero, quando morrer, ser enterrada
Ao pé do Oceano ingénuo e manso,
Que reze à meia-noite em voz magoada
As orações finais do meu descanso…

Há-de embalar-me o berço derradeiro
O mar amigo e bom para eu dormir!
Velei na vida o meu viver inteiro
E nunca mais tive um sonho a que sorrir!


E tu hás-de lá ir… bem sei que vais…
E eu do brando sono hei-de acordar
Para teus olhos ver uma vez mais!


E a Lua há-de dizer-me me voz mansinha:
- Ai, não te assustes… dorme… foi o Mar
Que gemeu… não foi nada… ‘stá quietinha

Morte! (Ana Marly de Oliveira Jacobino)

Desvanece o desejo!
Escapa feito o aroma
Outrora; olor perfume
Rouba do meu rosto
Riso frouxo incólume.


Boca repleta de estrume!
Devora alma em réquiem
Ronca o ventre inchado
Negror roto sem o lume
Podre; fungo esverdeado.

                  
     foto:jpg - ynilayllek.zip.net/images/morte2.jpg
                                     Se eu morresse amanhã! (Álvares de Azevedo)
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã.

mãe de saudades morreria.
Se eu morresse amanhã!


Quanta glória pressinto em meu futuro.
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!


Que sol! que céu azul! que dove n'alva
Acorda a natureza mais loucã!
Não me batera tanto amor no peito.
Se eu morresse amanhã!


Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã
Soneto(Francisca Júlia da Silva Münster)
Em pedra de carrara repousa a face

O mistral do tempo a lhe soprar o rosto
Digna escultura de pedra em exposto
Farnel de auroras, "santas" em disfarce!

Não tens do olhar o sinistro espectro
Nem do sorriso, o mister da natureza
Eis que pálida, repousa a destreza
Paira ao luar em virginal afeto!

Imperecível, divina e rara
Musa dos sonetos parnasianos
Traz na alma o manto das searas!

Inconfundível arte a de sonetear
Pomba alva de voo sobre-humano!
Nasceste mulher e morreste amar!

foto:jpg - mirleidevetufes.blog.terra.com.br/files/2010/
Parnasse Contemporain (Arthur Rimbaud )
E desde então no Poema do Mar mergulhei,
Cheio de astros, latescentes, devorando
Os verdes céus, onde às vezes se vê,
Lívido e feliz, um sonhador boiando.

Onde tingindo de repente o infinito, delírio
E ritmos lentos sob o dia em esplendor
Mais fortes que o álcool, mais vastos que nossas liras,
Fermentam as sardas amargas do amor!

Sei dos céus rasgando-se em raios, e das trombas,
Das ressacas e da noite e das correntes,
Da Alba exaltada igual a um bando de pombas,
E o que o homem acreditou ver viram meus olhos videntes!
foto:jpg - 3.bp.blogspot.com/.../s1600/27865.jpg
Esqueleto (microconto)

O bilhete estampa palavras de medo e desespero. A garrafa traz a morte. SOS! O tempo traga a vida! O pedido mostra um atraso de dois séculos.

Convites: 
Bom dia!
No dia 3 de novembro será realizada uma homenagem ao “Passa Balaio Trançado de Sonhos”, criado com o objetivo de estimular o interesse das crianças pela literatura infantil. Além da formação de 60 educadores na arte de contar histórias, a iniciativa contemplou a distribuição gratuita da publicação “Caju, uma história de amor” a cerca de 2 mil alunos da rede municipal de Piracicaba.
O projeto é uma realização da ArcelorMittal Piracicaba com a parceria da Secretaria Municipal de Educação e da Secretaria Municipal de Ação Cultural.
Contamos com a presença de todos!
                                                           Carmelina Toledo Piza

2 comentários:

  1. Querida Amiga Ana,

    Lindas as poesias selecionadas para este dia!
    Abraços,

    ResponderExcluir
  2. Agradeço a sua visita tão carinhosa, Richard.Abraços Poéticos Piracicabanos Ana Marly de Oliveira Jacobino Deixe de lado as sacolas descartáveis. O planeta agradece

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário