domingo, 13 de setembro de 2009

A França desembarca no Teatro Municipal em Piracicaba na Agend@



Brasil meu Brasil brasileiro...
Convite:


Homenageados do Sar@u Literário Piracicabano de 15 de Setembro de 2009:

ANO DA FRANÇA NO BRASIL no Teatro Municipal de Piracicaba

Horário: 19:30 às 21:30h.

Charles Perrault (o escritor dos contos de fada ou "contos da mamãe gansa"), Charles-Pierre Baudelaire (poeta) e a participação especial de Cláudio Costa no acordeom tocando músicas francesas.




Brasil__ As praias de Alter do Chão só existem no período de vazante do rio Tapajós, entre agosto e janeiro, quando o volume de água diminuiu e surgem centenas de faixas de areia

Setembro

Richard Mathenhauer (poeta brasileiro)
Todos os dias são Setembro.

Pela casa a ausência de alguém

Que parece estar noutro cômodo, sempre;

Quando alcançado, Revela-se vazio.

Porque está de fato vazio

Como todos os demais cômodos são vazios

Desde Setembro. Dentro do peito

A sua presença fez-se em Saudade

Que se assemelha, tão grande e intensa,

A um bloco de mármore italiano,

Da Itália distante de seus pais,

Bloco que a memória trabalha

Para dar as formas do seu rosto

E os contornos frágeis do seu corpo,

Retocados todo dia

Para que o tempo não os desgaste

Feito as velhas estátuas dos velhos jardins...

Ás vezes a presença de dentro salta

Para a ausência de fora.

Outras, a ausência de fora

Entristece a presença de dentro:

Todos os dias são Setembro – aquele Setembro.

Enquanto os cômodos permanecem vazios,

A memória não descansa o cinzel.




Museu do Louvre - Paris - França



Notre Dame de Reims, construção iniciada em 1211. Reims foi o local da coroação de vários reis da França.



Clique e entre no embalo do Sarau França no Brasil:
C'EST MA VIE - SALVATORE ADAMO






A Uma Passante

Charles Baudelaire

A rua em derredor era um ruído incomum,

longa, magra, de luto e na dor majestosa,

Uma mulher passou e com a mão faustosa

Erguendo, balançando o festão e o debrum;


Nobre e ágil, tendo a perna assim de estátua exata.

Eu bebia perdido em minha crispação

No seu olhar, céu que germina o furacão,

A doçura que embala o frenesi que mata.



Um relâmpago e após a noite! — Aérea beldade,

E cujo olhar me fez renascer de repente,

So te verei um dia e já na eternidade?


Bem longe, tarde, além, jamais provavelmente!

Não sabes aonde vou, eu não sei aonde vais,

Tu que eu teria amado — e o sabias demais!


(Trad. Paulo Menezes)





Charles Baudelaire (1821-1867)

Poeta francês. Famoso por suas Flores do mal, influenciou toda a poesia simbolista mundial e lançou as bases da poesia moderna.
Baudelaire marcou com sua presença as últimas décadas do século XIX, influenciando a poesia internacional de tendência simbolista. De sua maneira de ser originaram-se na França os poetas "malditos". De sua obra derivaram os procedimentos anticonvencionais de Rimbaud e Lautréamont, a musicalidade de Verlaine, o intelectualismo de Mallarmé, a ironia coloquial de Corbière e Laforgue.
Poeta e crítico francês, Charles-Pierre Baudelaire nasceu em Paris em 9 de abril de 1821. Desavenças com o padrasto forçaram-no a interromper seus estudos, iniciados em Lyon, para uma viagem à Índia, que interrompeu nas ilhas Maurício. Ao regressar, dissipou seus bens nos meios boêmios de Paris, onde conheceu a atriz Jeanne Duval, uma de suas musas. Outras seriam, depois, Mme. Sabatier e a atriz Marie Daubrun. Endividado, foi submetido a conselho judiciário pela família, que nomeou um tutor para controlar seus gastos. Baudelaire permaneceu sempre em conflito com esse tutor, Ancelle.
Acontecimento capital na vida do poeta é o processo a que foi submetido em 1857, ao publicar Les Fleurs du mal (As flores do mal). Além de condená-lo a uma multa por ultraje à moral e aos bons costumes, a justiça obrigou-o a retirar do volume seis poemas. Só a partir de 1911 apareceram edições completas da obra.
Mal compreendida por seus contemporâneos, apesar de elogiada por Victor Hugo, Teóphile Gautier, Gustave Flaubert e Théodore de Banville, a poesia de Baudelaire está marcada pela contradição. Revela, de um lado, o herdeiro do romantismo negro de Edgar Allan Poe e Gérard de Nerval, e de outro o poeta crítico que se opôs aos excessos sentimentais e retóricos do romantismo francês.
Uma nova estratégia da linguagem - Quase toda a crítica moderna concorda que Baudelaire inventou uma nova estratégia da linguagem. Erich Auerbach observou que sua poesia foi a primeira a incorporar a matéria da realidade grotesca à linguagem sublimada do romantismo. Nesse sentido Baudelaire criou a poesia moderna, concedendo a toda realidade o direito de ser submetida ao tratamento poético.
A atividade de Baudelaire se dividiu entre a poesia, a crítica literária e de arte e a tradução. Seu maior título são Les Fleurs du mal, cujos poemas mais antigos datam de 1841. Além da celeuma judicial, o livro despertou hostilidades na imprensa e foi julgado por muitos como um subproduto degenerado do romantismo.
Tanto Les Fleurs du mal como os Petits poèmes en prose (1868; Pequenos poemas em prosa), depois intitulados Le Spleen de Paris (1869) e publicados em revistas desde 1861, introduziram elementos novos na linguagem poética, fundindo o grotesco ao sublime e explorando as secretas analogias do universo. Para fixar a nova forma do poema em prosa, Baudelaire usou como modelo uma obra de Aloïsius Bertrand, Gaspard de la nuit (1842; Gaspar da noite), se bem tenha ampliado em muito suas possibilidades.
Crítica de arte e traduções - Baudelaire destacou-se desde cedo como crítico de arte. O Salon de 1845 (Salão de 1845) e o Salon de 1846 (Salão de 1846) datam do início de sua carreira. Seus escritos posteriores foram reunidos em dois volumes póstumos, com os títulos de L'Art romantique (1868; A arte romântica) e Curiosités esthétiques (1868; Curiosidades estéticas). Revelam a preocupação de Baudelaire de procurar uma razão determinante para a obra de arte e fundamentam assim um ideário estético coerente, embora fragmentário, e aberto às novas concepções.
Extensão da atividade crítica e criadora de Baudelaire foram suas traduções de Edgar Allan Poe. Dos ensaios críticos de Poe, sobretudo "The Poetic Principle" (1876; "O princípio poético"), Baudelaire tirou as diretrizes básicas de sua poética, voltada contra os excessos retóricos: a exclusão da poesia dos elementos de cunho narrativo; e a relação entre a intensidade e a brevidade das composições.
Ainda um outro Baudelaire é o revelado em suas obras especulativas e confessionais. É o caso de Les Paradis artificiels, opium et haschisch (1860; Os paraísos artificiais, ópio e haxixe), especulações sobre as plantas alucinógenas, parcialmente inspiradas nas Confessions of an English Opium-Eater (1822; Confissões de um comedor de ópio) de Thomas De Quincey; e de Journaux intimes (1909; Diários íntimos) -- que contém "Fusées" (notas escritas por volta de 1851) e "Mon coeur mis a nu" ("Meu coração desnudo") --, cuja primeira edição completa foi publicada em 1909. Tais escritos são o testamento espiritual do poeta, confissões íntimas e reflexões sobre assuntos diversos.
Quer pelo interesse inerente a sua grande poesia, quer pelos vislumbres que essas confissões propiciam, Baudelaire se destaca entre os poetas franceses mais estudados por ensaístas e críticos. Jean-Paul Sartre situou-o como protótipo de uma escolha existencial que teria repercussões no século XX, enquanto a crítica centrada nas relações históricas, como a de Walter Benjamin, dedicou-se a examinar sua consciência secreta de uma relação impossível com o mundo social.
Após uma existência das mais atribuladas, Baudelaire morreu de paralisia geral em Paris em 31 de agosto de 1867, quando mal começava a ser reconhecida sua influência duradoura sobre a evolução da poesia.


Fonte: Enciclopedia Britanica do Brasil


Convite:

Homenageados do Sar@u Literário Piracicabano de 15 de Setembro de 2009:

ANO DA FRANÇA NO BRASIL no Teatro Municipal de Piracicaba

Horário: 19:30 às 21:30h.

Charles Perrault (o escritor dos contos de fada ou "contos da mamãe gansa"),

Charles-Pierre Baudelaire (poeta) e a participação especial de Cláudio Costa no

acordeom tocando músicas francesas.







Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário